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Fora OSS - Secretário Estadual de Saúde atende servidores, enrola, e não garante nada


12-07-2013 17:43 - Ascom Sisma - Luana Soutos

Diferentemente do que costuma acontecer nos atos em frente a Secretaria Estadual de Saúde do Estado, nesta quinta-feira, 11 de julho, Dia Nacional de Luta, o secretário da pasta, Mauri Rodrigues, resolveu atender cerca de 30 manifestantes que adentraram o prédio com cartazes, camisetas e um auto falante, em que diziam palavras de ordem contras as Organizações Sociais (OSS) que assumiram a gestão de alguns Hospitais do Estado.

Em uma das salas de reunião de seu gabinete, o gestor, por vezes irônico, chegou a oferecer a gestão dos Hospitais para as pessoas que estavam ali para questionar a privatização da Saúde, munidos de um documento que contém informações oficiais dos repasses realizados pelo Governo às OSS’s, no Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças do Estado (Fiplan) e dados de indicadores informados  no Sistema de Informação Ambulatorial-SIA/SUS e do Sistema de Informação Hospitalar-SIH/SUS ambos, do Ministério da Saúde.

O documento, elaborado pelo Comitê em defesa da Saúde de Mato Grosso, cruza os dados públicos disponíveis e mostra um aumento desproporcional dos repasses feitos aos Hospitais depois da entrega da gestão para as OSS’s. A elaboração deste documento foi desafio proposto pelo governador Silval Barbosa ao Comitê, quando, em reunião, ele pediu a prova em números de que as OSS’s não são um bom negócio para o estado. Depois de pronto, o cruzamento dos dados se tornou motivo de denúncia por parte do Comitê, que entregou cópias a diversos órgãos competentes de Mato Grosso.

“É preciso atentar para a importância e veracidade desses dados e, a partir deles, realizar uma investigação profunda, porque quando se compara ao repasse feito aos Hospitais quando públicos, a diferença é realmente gritante”, disse a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente, Alzita Ormond, a todos os presentes.

O secretário deu uma breve analisada no documento e, depois de alguns comentários com seu secretário adjunto, Ednilson de Oliveira, perguntou se os manifestantes queriam algum parecer informal sobre o caso ou se queriam só protocolar o documento mesmo. Diante da resposta dos servidores, ele esclareceu que não conhecia os dados apresentados ali e que não tem nem acompanhado as notícias sobre Saúde em Mato Grosso pela imprensa, devido ao “afã de deixar algum legado à Secretaria” com o seu trabalho.

Sobre o documento, reconheceu a veracidade das informações sobre a produção e repasses efetuados, devido às fontes oficiais, mas acrescentou que seria necessário uma “melhor análise” dos dados, porque talvez as fontes não tenham contabilizado todos os custos dos hospitais. Isso porque, quando as unidades eram geridas pelo Estado, contas como água, energia e telefone eram pagas diretamente e não por meio de repasses aos hospitais. No entanto, não comentou se a diferença de mais de 30 milhões para algumas unidades seria justificável.

Depois disso, os servidores começaram a fazer algumas intervenções, questionando outras coisas, como a realização de Concurso Público para a área fim em todas as Unidades de Saúde, qualidade dessas unidades, a situação do SAMU, que ainda não recebeu todas as ambulâncias que a Secretaria comprou e onde os servidores estão apreensivos quanto a tomada da gestão por alguma Organização Social. Além disso, pela surpresa do secretário com os dados e a afirmação de que a própria SES não os tem, alguns trabalhadores questionaram sobre o controle das informações contidas nos setores de faturamento que todas as unidades de Saúde têm. Onde estariam essas informações? Na Secretaria de Estado de Saúde elas não chegaram, de acordo com o Rodrigues.

Depois de falar muito e não chegar a conclusão objetiva nenhuma a respeito de nada, o secretário chegou a dizer, ali, na frente de todos (inclusive de pessoas que filmavam a reunião), que a retomada dos serviços do Banco de Sangue do Hospital Pronto Socorro Municipal de Cuiabá pelo MT Hemocentro foi resultado da sua vontade, e não da luta que vem sendo feita pelos servidores desde o ano passado. “Se o gestor não quisesse, ele não teria devolvido a gestão para o Hemocentro e a luta não teria adiantado nada [...] Se o gestor quisesse, todos esses problemas que vocês estão reivindicando aqui já estariam resolvidos”, disse em alto e bom som, apontando para a série de cartazes expostos sobre a mesa durante a reunião. (Veja abaixo algumas matérias relacionadas a luta do sindicato e dos servidores pela retomada do Bando de Sangue do HPSMC pelo MT Hemocentro)

A presidente do Sisma/MT afirmou que o fato do secretário ter recebido os servidores e dito que vai analisar o documento entregue, além dos outros já protocolados pelo Sisma/MT na SES foi um avanço.

Depois da reunião, os servidores se uniram às entidades reunidas na Praça 8 de Abril e desceram em passeata pela Avenida Isaac Póvoas até a Praça Alencastro, em frente a Prefeitura de Cuiabá, onde as manifestações foram encerradas por  volta das 19h. 

Veja aqui a Galeria de Imagens do Dia Nacional de Luta.

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