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Decreto 1103 provoca o caos na Saúde e Cridac quer ficar de fora


26-06-2012 18:04 - Ascom Sisma

O governo do Estado fez um belo gol conseguindo trazer a Copa de 2014 para Cuiabá. Contudo, quem mais tem perdido nesse jogo é a população, principalmente na área da Saúde. O Decreto 1103/2012, que institui novo horário para o funcionalismo público de Cuiabá e Várzea Grande, a fim de diminuir o fluxo de trânsito para que possam ser feitas as obras de mobilidade urbana, têm causado muito prejuízo a quem precisa de atendimento. Um dos locais que virou um verdadeiro caos é o Centro de Reabilitação Integral Dom Aquino Corrêa (Cridac). Na última segunda (25) os servidores do local denunciaram à vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso (Sisma), Cida Rodrigues, todas as dificuldades que, não só eles, como também os usuários do SUS, têm passado com o precário atendimento após a mudança de horário imposta pelo governador Silval Barbosa (PMDB).

Cida informou aos servidores que, desde que Barbosa resolveu decretar o novo horário o Sisma tem se articulado junto aos gestores para conseguir reverter essa situação. O que mais pegou, à princípio, segundo ela, foram as precárias condições de abrigo de dois turnos em um mesmo local e horário e também o fato de alguns servidores terem duplo vínculo, o que tem causado prejuízos. No início do mês de maio, a diretoria do Sisma se reuniu com o secretário da pasta, Vander Fernandes solicitando ajustes na carga horária dos servidores para sanar o problema.

Na ocasião da reunião Fernandes deixou para as gestoras das unidades decidirem se as unidades precisavam se adequar. Lúcia Maria de Campos Provenzano, gestora do Cridac, disse que estava “acolhendo” os usuários que chegam cedo e ia esperar até dia 30 de maio para avaliar a situação e, quem sabe, solicitar mudanças, para o regime de escala conforme prevê o inciso II, do artigo 7º do Decreto 1103. Mas, de acordo com os servidores, essa avaliação não foi feita e tudo continua como antes, uma situação insustentável para continuar por dois anos, que é o período estipulado pelo Decreto.

A ideia do Sisma, conforme informou a vice-presidente, é estreitar ainda mais as negociações pela via administrativa, uma vez que esta pode ser mais rápida do que a judicial. Mas, como o descontentamento dos servidores é geral, haverá nova reunião com eles na próxima quarta (27) - após reunião com os servidores do MT-Laboratório - para que a assessoria jurídica do sindicato avalie se é possível entrar com um mandado de segurança contra o Decreto.

Os servidores vão externar na reunião, através de faixas e panfletos a serem espalhados pela cidade, tudo o que tem ocorrido na unidade. Entre as reivindicações, a principal é que o Cridac esteja fora do Decreto e tudo volte como era antes. Dessa forma, haverá mais produtividade e os pacientes que vêm do interior não sofrerão mais o constrangimento de chegarem ao local 6h e terem que esperar até às 13h para serem atendidos. Conforme os servidores, finalmente quando isso acontece, os pacientes atendem o celular com o motorista da van que vai levá-los de volta a cidade de origem ‘gritando’ para que vão embora porque ele tem que sair às 14h30. “Com tão pouco tempo que tipo de atendimento tem sido esse?” Questionam os servidores.

Estes foram os problemas relatados pelos servidores do Cridac que fazem com que o local não esteja atendendo adequadamente os usuários:

- Servidores de dois turnos num só: faz cair a qualidade uma vez que não se tem sala individual de avaliação e isso é antiético;

- O Cridac trabalha com categorias e estas têm códigos e regulamentos que devem ser respeitados, pois, cada uma tem sua especificidade que precisa ser atendida e considerada;

- Quase sempre falta água, sendo assim, os moldes que os pacientes necessitam têm sido feitos com água que cai do aparelho de ar-condicionado;

- Antes o paciente chegava pela manhã e era feito o molde sendo que este podia ser pego na parte da tarde e o paciente não precisava mais vir do interior. Agora, como só existe atendimento no período vespertino, os moldes não ficam prontos a tempo fazendo com que, além de o paciente não poder levar no mesmo dia, ainda tem que voltar, deixando os afazeres em sua cidade para passar novamente pela espera para poder pegar o molde;

- Há também a demora do atendimento que dobrou. Deixar um paciente com AVC esperando dois meses é atender depois um sequelado e com seqüelas tudo fica mais oneroso e difícil de tratar, revelam os servidores;

- Não há espaço para todos. Enquanto um servidor está atendendo numa sala o outro está no corredor porque o espaço não comporta a todos;

- O local atende muitas crianças para atendimento de testes auditivos. Contudo, com a demora, quando são atendidas estão com fome e sono e o teste não sai de forma satisfatória.

 


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