Sisma/MT leva discussão sobre CAPS Ad para a próxima reunião do Conselho Estadual de Saúde

 A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente de Mato Grosso (Sisma/MT), Alzita Ormond, representando a entidade na mesa diretora do Conselho Estadual de Saúde do estado, conseguiu oficializar a discussão sobre o Centro de Atenção Psicossocial Adulto (CAPS–AD) na próxima reunião do Conselho Estadual de Saúde, que será no dia 03 de abril.

A apresentação dos problemas da unidade será feita no segundo ponto de pauta, pela coordenadora do CAPS AD, Débora Canavarros.

Servidores e usuários do serviço do CAPS-AD estiveram na reunião do Conselho no dia 06 de março, há quase um mês, para reforçar os pedidos de atenção por parte do Estado às condições em que o prédio está, devido a ameaça de desabamento de uma falsa viga. Apesar das conversas já iniciadas com o assessor especial da Secretaria de Estado de Saúde, João Botelho, o secretário Mauri de Lima ignorou a presença dos manifestantes e não emitiu nenhuma palavra sobre o assunto.

Mesmo depois da fala de Ormond e da servidora da unidade, Tatiana Neves de Sousa, expondo a grave situação da estrutura do CAPS AD, o secretário preferiu manter-se “a parte” do caso. Devido às fortes chuvas, várias salas da unidade ficam alagadas e a situação só piora. (Veja aqui um vídeo gravado dentro do CAPS AD durante uma dessas chuvas que registrou diversos vazamentos e alagamentos dentro da unidade)

“Há 3 anos a gente vem lutando para que a reforma e ampliação do CAPS-AD, com o objetivo de transformá-lo em unidade 3, saia e agora que o próprio Governo diz que já tem o projeto e o dinheiro, o que mais está faltando para a execução? Nossa preocupação é que isso precisa ser feito com urgência porque as pessoas estão correndo risco aqui dentro, e também porque o serviço não pode ser interrompido, precisamos de um outro lugar para que os atendimentos sejam realizados até que a reforma esteja concluída”, disse Ormond.

Nesta terça-feira, 26 de março, o Sisma/MT se reuniu aos servidores, usuários e outras entidades para debater e decidir as futuras ações na luta pela reforma do CAPS AD em assembleia. “Nossa maior preocupação é, se acabar isso aqui, onde é que a gente vai ficar”, questionaram os usuários.

Os servidores esclareceram que há uma postura de privatização por parte do Governo do Estado e que, por isso, há incentivos à unidades terapêuticas, isto é, empresas particulares de internação, que fazem tratamentos similares ao do CAPS AD em detrimento de unidades que desenvolvem este trabalho, de tratamento a usuários de álcool e outras drogas no setor público. “A pergunta é: até que ponto o Estado tem interesse em manter esse serviço aqui se eles estão com políticas de privatização? A gente vê plaquinha dizendo OSS [Organização Social] aprovada, mas aprovada por quem? Se o usuário enfrenta filas enormes nas policlínicas, se a gente não consegue entrar no Pronto Socorro quando precisa... aprovadas por quem? Por eles?”, questionou Sousa durante a assembleia.

Foi decidido que haverá um ato público nos próximos dias, para que a população seja informada do que acontece. “A população é que tem voz para exigir a garantia e a qualidade dos serviços públicos, pois paga impostos”, afirmou outro usuários do CAPS AD.

Veja aqui as fotos da assembleia.