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CAOS NA SAÚDE: CAPS Ad em risco de paralisar atendimento por falta de estrutura física


25-02-2013 12:12 - ASCOM - Jaqueline Siqueira

“Estamos pedindo socorro, e o socorro é urgente!”, implora dona Marlene, que é esposa de um usuário que realizada tratamento na Unidade localizada no bairro Coophema, em Cuiabá. A unidade que trabalha com uma equipe multidisciplinar realiza reuniões e outras metodologias para auxiliar os dependentes e suas famílias, corre o risco de suspender os atendimentos por perigo eminente de desabamento.
 
O pedido de socorro foi feito nesta sexta feira, 22, durante a Assembleia que reuniu mais de 80 pessoas, e que teve por finalidade decidir o futuro desta importante unidade para a Saúde de Mato Grosso. A reunião que durou cerca de duas horas e meia, teve início às 14h, e contou com a presença de pacientes, familiares, representantes da SES, do Sindicato dos Servidores da Saúde e do Meio Ambiente (SISMA) e sindicatos que representam as profissões da Saúde (Psicologia, Enfermagem, Medicina, entre outros).
 
O CAPS AD é mais uma das unidades de Saúde que vem sofrendo com o descaso dos governantes. Com a estrutura física bastante comprometida a unidade vem mantendo o atendimento com o esforço dos servidores e a compreensão dos usuários do serviço e seus familiares. Atualmente a unidade conta com apenas 1 sala, que é utilizada de forma coletiva. A obra de reforma que já deveria ter tido início a muitos anos, vem sendo protelada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) pela morosidade do processo legal da ação. “A cerca de três anos os problemas estruturais vem nos preocupando, já pedimos a SES para realizar os serviços necessários para o funcionamento do CAPS-AD, mas até agora nada foi feito”, relata Tatiana servidora da unidade.
 
Em visita ao Centro de Apoio a Defesa Civil do município de Cuiabá condenou o prédio por risco eminente de desabamento. “Com as chuvas, o risco ainda é maior, visto que a estrutura física do prédio está toda avariada”, ponderou o engenheiro que esteve em visita ao local. 
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As propostas apresentadas pela SES a gestora da Unidade, Débora Canavarros foram de suspensão do atendimento, fechamento e realocação dos servidores ou levar o atendimento para junto do Adauto Botelho, o que esbarra numa normativa que veta a inserção de CAPS anexo a hospital psiquiátrico. “Convocamos esta assembleia para comunicar que não queremos parar. Somos 25 servidores, divididos em três turnos que desejam continuar trabalhando, mas em condições dignas, sem medo de um desabamento. Deveríamos atender só a Região Sul, mas não é o que ocorre. Somos a única instituição do SUS no Estado que atende a população feminina pelo SUS, que não utiliza internação para Álcool e Drogas”,  desabafa Débora.
 
Apreensiva com os relatos feitos pelos servidores, a presidente do SISMA, Alzita Ormond declarou apoio total aos trabalhadores e colocou a disposição a Assessoria Jurídica do Sindicato. “O SISMA está disponível a qualquer ação que for retirada desta assembleia, mesmo porque recebemos informações de que quando chove, cai mais água dentro que fora daqui. Fala-se em reforma, mas ela nunca acontece nas Unidades e o CAPS AD necessita de forma urgente”, ponderou a presidente.
 
Muitos pacientes que estão em tratamento por decisão judicial estão preocupados, como é o caso do Sr. Agnaldo. “Como vamos dar continuidade ao tratamento se o CAPS fechar? O local está sem estrutura, é um fato, e não estamos aqui correndo risco de vida por que queremos, estamos aqui, pelo menos a maioria de nós, por ordem judicial, se interditarem aqui, onde vamos nos tratar?”, questiona apreensivo.
 
A equipe técnica da SES esteve no local para realizar um novo levantamento, mais um de acordo com os servidores da unidade. “Novos estudos são necessários sempre, os levantamentos antigos não servem de nada. Após realizar o levantamento físico, será repassado para o gestor da SES e a partir da liberação, o processo tem inicio”, informou o coordenador de Obras e Reformas,  Senhor Hugo.
 
O Sr. João Botelho, ex diretor do Adauto Botelho, pediu alguns dias para analisar o caso, agora de posse do levantamento feito pela equipe técnica da SES. “Não depende da gente, mas a luta depende, e vamos lutar”, argumentou Botelho. Pretende-se realizar a reforma com pacientes ainda em atendimento no mesmo local, o que não agradou aos presentes.
 
Dona Terezinha que é mãe e esposa de pacientes ao final da reunião, antes da aprovação por unanimidade dos encaminhamentos, fez uma fala emocionada, pedindo que as deliberações fossem cumpridas. “Gostaríamos de uma certeza, não de um “acho”. As famílias sofrem, os pacientes sofrem e não queremos pena, mas sim nossos direitos, como usuários do SUS”, afirmou a dona de casa.
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ENCAMINHAMENTOS: Da assembleia foi encaminhado que o prazo pedido pela equipe da SES de uma semana será dado, e que nesta segunda (25) o diretor do Adauto Botelho, Elder, juntamente com o ex gestor da Unidade, João Botelho e a responsável pelo CAPS, Débora Canavarros irão se reunir com o diretor da Escola de Saúde Pública, para analisar a viabilidade da realocação do atendimento na escola, a nova assembleia foi agendada para sexta feira, 01 de março, as 14h, no CAPS AD.
 
UNIDADE: O Centro de Atendimento Psicossocial Adulto – CAPS AD é ligado a unidade descentralizada da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Centro Integrado de Atenção Psicossocial (CIAPS) Adauto Botelho e oferece serviços de Atenção especializada no tratamento da dependência de álcool e outras drogas e nos cuidados com seus familiares, sem internação.
 

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