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Mãe denuncia situação precária em ala pediátrica do PS


21-02-2013 17:56 - Mídia News

A trabalhadora autônoma Vanessa Varjão de Campos, 41, denunciou ao MidiaNews condições que classificou como “péssimas”, na ala pediátrica do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá.

A mãe relatou que, na segunda-feira (18), durante o temporal que caiu na Capital, a ala pediátrica, onde seu filho A. V. C., de 5 anos, estava internado, foi tomada pela água da chuva, que escorria pelas paredes, carregando toda a sujeira que estava acumulada no forro.

“Escorria uma água preta pelas paredes. Toda a ala ficou inundada. Caía água suja sobre as crianças, que tinham passado por cirurgia. Foi um desespero, as crianças ficaram com medo e começaram a chorar. As enfermeiras mudaram as camas de lugar, mas era difícil um local onde não havia goteiras”, disse.

Vanessa é moradora de Barra do Garças (507 km a Leste de Cuiabá) e veio à Capital acompanhar a cirurgia do filho, que mora com a avó. A criança quebrou o braço e ficou internada durante cinco dias, para ser operada.

A trabalhadora informou ainda que, na terça-feira (19) à noite, por volta das 23 horas, trabalhadores da empresa Lupa, que presta serviço de limpeza na unidade hospitalar, iniciaram uma “faxina completa” na ala pediátrica.

“Levamos um susto. As crianças já estavam dormindo e uma equipe da limpeza chegou para fazer a faxina. Agiram sem educação e nos trataram como animais. Mandaram carregar as crianças para o corredor, que estava cheio de gente doente, com virose e outras doenças. As crianças, recém-operadas, tiveram que ficar no local por mais de duas horas, correndo o risco de contraír uma infecção hospitalar”, disse.

A denunciante revelou que a faxina feita às pressas seria para esconder as marcas deixadas na parede, a fim de "enganar" a fiscalização.

"Os funcionários falaram que tinha que ficar tudo limpo, sem nenhuma marca, para não dar problema. Lavaram as paredes com tanta força que nunca vi na minha vida", disse.

Outra queixa da mãe é sobre a atitude de alguns profissionais que atuam no Pronto-Socorro. Segundo Vanessa, os pais que reclamaram da situação sofreram represálias.

“Teve uma mãe que falou que aquilo não podia acontecer, que a filha dela ia ser contaminada. Depois, na hora de trocar o curativo na menininha, que tinha retirado o apêndice, a enfermeira falou que não ia fazer. A mãe teve que brigar para a filha ser atendida. Ninguém pode nem reclamar. Meu filho teve alta e eu vim denunciar, quem sabe ajudo as mães que continuaram lá, naquele pesadelo”, desabafou Vanessa.

Os corredores do Pronto-Socorro, segundo Vanessa, estão abarrotados de pessoas e é difícil passar sem tropeçar em algum paciente.

“As pessoas estão espalhadas por todos os locais, no chão, nas camas, nas macas. Uma calamidade! Nunca imaginei que na Capital o atendimento fosse desse jeito. Tive que pular poças de sangue e vômito no chão”, disse.

Teto desabou com chuva

Parte do teto do Pronto-Socorro desabou depois da chuva de segunda-feira. Pedaços de telha ficaram espalhados pelo chão da unidade de saúde.

A assessoria de Comunicação da Secretaria de Saúde do município informou que não havia pacientes no local, no momento do desabamento porque o problema no teto já teria sido constatado.

O local do desabamento é a parte antiga do prédio e há algum tempo já havia rachaduras na parede, segundo o secretário de Saúde do município, Kamil Fares, que admitiu que há risco de novos desabamentos na unidade.

“Nas outras alas, não existe esse risco, mas nos fundos, sim. Lá não tem nem telhado, é concreto”, afirmou.

O secretário disse ainda que a Pasta pediu um orçamento a uma construtora de pequeno porte para fazer os reparos na área danificada, mas ainda não há previsão para o início das obras.

“Isso vai custar uns R$ 70 mil e mais um pouco de material. Vamos reformar a parte de esgoto, telhado, restaurar estrutura das paredes, dos banheiros com vazamentos, entre outros reparos”, disse.

Fares acrescentou que há 25 ralos de esgoto entupidos no Pronto-Socorro e que esse também é um dos problemas para serem resolvidos.

O teto do Pronto-Socorro de Cuiabá já caiu outras vezes. Em 2011, foram quatro episódios no local.

Em um deles, a área atingida atendia cerca de 150 pacientes graves por dia e ficou fechada 10 dias para reparos.  


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