ÁGUA E ESGOTO: Para maioria, qualidade não mudou

 Para a maioria da população cuiabana (52,3%), o abastecimento de água e a coleta de esgoto da Capital não sofreram qualquer alteração desde a concessão dos serviços para a CAB Cuiabá. A constatação é da pesquisa de opinião pública encomendada pelo prefeito Mauro Mendes (PSB).

O levantamento apontou ainda que a maior parte dos entrevistados (49%) considera boa a qualidade da água tratada pela CAB e o custo da tarifa como “normal” (46%). Os resultados servirão como base para a prefeitura decidir que medidas adotar acerca da concessão, que vem sendo questionada no Legislativo.

A CAB se tornou alvo dos vereadores especialmente depois que um possível reajuste de 15% na tarifa de água veio à tona. Os parlamentares alegam que a empresa não tem legitimidade para aumentar o custo porque não houve melhora no serviço desde que ela assumiu, em abril de 2012.

O preço da tarifa cobrada pela CAB foi considerado alto por 43% dos entrevistados. A maioria deles, no entanto, 47,3% disse que a taxa continua igual a que era cobrada pela antiga Sanecap.

Na Câmara, os discursos dão conta de que o abastecimento de água chegou a piorar desde que a CAB começou a operar. A pesquisa encomendada por Mendes revelou que apenas 22,5% das pessoas comungam com esta opinião.

Apesar disso, mais de 34% dos entrevistados afirmou ter sofrido com interrupções do serviço por pelo menos quatro vezes nos últimos 30 dias. Outros 13% dos entrevistados disseram que a falta de água ocorreu de cinco a 10 vezes no mês passado.

A ausência de avanços na rede de abastecimento é outro argumento apresentado pelos defensores da quebra de contrato entre a CAB e a prefeitura. Alguns vereadores afirmam temer que a empresa não cumpra com o compromisso de universalizar o serviço dentro do prazo de três anos a partir do início de suas atividades.

A Agência Municipal de Água e Esgotamento Sanitário (Amaes), por sua vez, sustenta que as metas estabelecidas à empresa vêm sendo cumpridas rigorosamente. Conforme a pesquisa, 26,8% das pessoas disseram não ter sofrido com falta de água nos últimos 30 dias.

O levantamento foi realizado entre os dias 31 de janeiro e 3 de fevereiro com 600 pessoas nas quatro regiões da Capital. Além dos números, Mendes vai considerar um estudo jurídico em execução pela Procuradoria Geral do Município antes de decidir o que fazer em relação à CAB. São avaliadas as tarifas aplicadas na cobrança da água. A previsão que os dados sejam apresentados amanhã.

Paralelo a isso, a Câmara de Cuiabá deve agendar a realização de cinco audiências públicas para ouvir a população. Os encontros foram propostos pelos vereadores Toninho de Sousa (PSD) e Dilemário Alencar (PTB). O primeiro defende a quebra do contrato com a CAB, o segundo avalia ser cedo para qualquer iniciativa.