REPASSE DA SAÚDE: Chiquinho ameaça exigir do Estado o ´direito dos municípios´; Silval ouve e ri

Mesmo com o tom conciliador, o novo presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), prefeito Valdecir Luiz Colle, o Chiquinho do Posto (PSD), de Juscimeira, assume na promessa de ser mais firme nas cobranças ao governo do Estado. “Vamos exigir o que é de direito dos municípios”, ameaça.

A postura de Chiquinho do Posto foi para explicar com o irá cobrar os repasses da saúde para as prefeituras, sem data certa para cair na conta desde 2011, e a precariedade da maioria das rodovias estaduais.

Ao lado do novo presidente, Silval ouviu e riu, como se quisesse ‘quebrar o gelo’ ou demonstrar que não se sentia atingido.

Sobre a saúde, Silval não fez ‘ouvidos de mercador’, mas a questão rodoviária foi respondida na bucha, após abraçar Valdecir Colle. Ele falou com exclusividade com a reportagem do HiperNotícias sobre o tema nesta segunda-feira.

“As prefeituras receberam maquinário do Estado para trabalhar nas rodovias. Nada mais justo. Por isso, já estamos providenciando o óleo diesel para disponibilizar aos municípios que colocarem suas patrulhas rodoviárias para atuar na restauração de estradas”, cobra, ao lembrar dos 720 equipamentos adquiridos no final do governo Blairo Maggi e doados às prefeituras, em 2010.

RODOVIAS

Sival ficou visivelmente desconfortável com a insistência das perguntas sobre a situação caótica das rodovias. “Em 40 dias, choveu 700 milímetros em Mato Grosso, o que representa o maior volume em mais de 20 anos. Com o tráfego intenso comum ao período de colheita, então, não há rodovia que se mantenha perfeitamente trafegável”, explica o governador.

Chiquinho do Posto não se fez de rogado e insistiu na cobrança. Ele citou a existência de congestionamento de cargas perecíveis, nas MTs 020 e 130, entre outras. “Esperamos que haja uma ação emergencial do Estado, porque muitas cidade estão quase ‘ilhadas’, sem condições sequer de receber insumos básicos, como água e gás”, insiste.

FALTA RECURSOS

Ao lado de Chiquinho do Posto, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PSD), manteve a cobrança do novo presidente da AMM, mas diminuiu o tom. “É evidente que há necessidade de uma ação eficaz do Estado. Os municípios não podem continuar de pires nas mãos”, diz Riva, ao recordar que possui perfil municipalista porque foi prefeito de cidade pequena (Juara) e fundador da AMM, em1983.

“Hoje a AMM é uma prestadora de serviço, porque o [ex] presidente Meraldo Sá montou um quadro técnicos gabaritado e transformou a instituição em uma central de projetos. Portanto, se o Estado tem dúvidas técnicas [sobre onde investir na restauração de rodovias], basta consultar a AMM”, explica Riva.

O ex-presidente Meraldo Sá Figueiredo, atual secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura do Estado, lembra que Chiquinho do Posto terá a primazia de trabalhar com os 141 municípios, coisa rara na entidade, nas ultimas duas décadas.

“Quando assumimos, mais de 30 prefeituras não eram filiadas. Agora, 100% estão na AMM”, conta Meraldo, ao lembrar que assumiu com receita inferior a R$ 600 mil mensais e, 24 meses depois, entrega com quase R$ 1 milhão por mês