Brunetto sai do diretório do PT
O deputado estadual Ademir Brunetto disparou críticas ao diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) por ter sido omisso ao seu ‘dossiê’ que apontavam ao que denominou ‘lambanças’, do governo estadual, alvo de suas críticas constantes e que culminaram em seu enquadramento. A cúpula da agremiação se reuniu no fim de semana com o presidente Rui Falcão, que teria ignorado o parlamentar e feito elogios a Silval Barbosa (PMDB).
Isolado, Brunetto afirmou que o cerco contra ele está se fechando e declarou que apresentou uma coletânea de reportagens, junto a seu depoimento sobre o panorama político da atual gestão do PMDB, a qual o PT está aliado. Contudo, o objetivo não foi alcançado, e causou ainda mais embaraços para o petista, que acabou excluído de comissões do diretório e perdeu a liderança na Assembleia Legislativa para Alexandre César.
“Depois de tantas críticas me senti acuado e entendi que o Diretório Nacional deveria ter conhecimento sobre o governo Silval, além de ter conhecimento de que a sigla está do lado de um governo que é mal avaliado. Isso é ruim para o partido e pode prejudicar a reeleição da presidente Dilma Rousseff aqui em Mato Grosso. Mas o PT foi omisso”, declarou.
O relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que aponta supostas irregularidades nas obras da Copa do Mundo, teria sido anexado, além de avaliações realizadas pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) avaliando a má qualidade das construções. “E o governo insiste em dizer que as minhas críticas se devem a derrota nas eleições em Alta Floresta, ao invés de dar uma resposta, o que é uma covardia”, ressaltou.
O deputado lembrou ainda que no pleito de 2010 chegou a pedir votos a Silval Barbosa e que, portanto, foi cúmplice, mas que ao enxergar os erros de administração, não se furtou a fazer apontamentos. “Pedi votos a ele, mas vi o que está acontecendo. Tudo que ele prometeu nas eleições muito pouco ou nada foi realizado”, complementou.
Nos últimos meses, Ademir Brunetto tem concretizado um discurso mais ácido em relação ao governo, ao contrário das ordens petistas, que se reafirmam sempre como base do Estado. Ele já havia sido ameaçado de receber punições caso continuasse com o comportamento de oposição, mas não mudou de postura. Com o racha, o PT optou por isolar ainda mais o parlamentar. Entretanto, ele volta a afirmar que não irá mudar de postura, e de que maneira nenhuma irá abandonar a legenda.
“Não vou me afastar do PT, mas terei embates permanentes com a sigla. Espero que o diretório não fique omisso ao caso de punição. Caso eu seja punido, vou recorrer na justiça, mas até agora não vou reverter esse quadro. A direção do partido em Mato Grosso é que está errado”, argumentou. (PV)
