(65) 3661-5615 / (65) 3661-5491
Clipping

Falta de medicação prejudica tratamento de jornalista


23-01-2013 12:06 - Mídia News

A falta de remédios na Farmácia de Alto Custo, em Cuiabá, tem prejudicado pacientes que dependem do serviço para dar continuidade aos seus tratamentos de saúde.

Esse é o drama vivido pelo jornalista Nivaldo Queiróz, de 55 anos, que há sete luta contra um câncer de pulmão. Depois de passar por três cirurgias e processos quimioterápicos, Nivaldo parou de responder aos tratamentos usuais e depende do remédio Tarceva 150 mg para dar continuidade ao tratamento contra o câncer.

O remédio é utilizado por pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado e age especificamente sobre as células tumorais, sem causar os efeitos colaterais da quimioterapia, como náuseas, vômitos, perda de cabelo e neuropatia. A medicação impede o crescimento do câncer

Depois de buscar o remédio a Farmácia de Alto Custo por quase um ano, ele se deparou com a falta do medicamento em dezembro de 2012 e hoje se vê em uma batalha judicial para conseguir o fornecimento no órgão.

“Há um ano, busco esse remédio na farmácia [de alto custo] e estava contente com o funcionamento do SUS [Sistema Único de Saúde]. Porém, quando fui buscar uma nova caixa do medicamento, no dia 16 de dezembro, me disseram que ele havia acabado. Esse remédio é o que me mantém estável e precisei entrar com um processo judicial, no dia 27 de dezembro, para que o Estado o providencie”, afirmou, em entrevista ao MidiaNews.

A situação do jornalista se agravou na última segunda-feira (14), após passar por uma nova consulta com seu oncologista. O médico afirmou que, sem o medicamento, a situação do paciente pode se agravar em dois meses.

“É uma situação desesperadora e ridícula, porque de um lado está o poder público, o Estado que não possui o medicamento. Do outro está o médico lhe dizendo que se não tomar o remédio, você pode morrer dentro de dois meses”, disse.

Radialista e funcionário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) há 29 anos, Nivaldo afirmou que o preço do remédio está completamente fora de seu orçamento. Hoje, uma caixa do remédio, com 30 comprimidos, custa até R$ 8 mil.

“Achei o remédio em uma distribuidora em São Paulo por R$ 6.668. Esse é o valor de uma caixa com 30 comprimidos e eu preciso tomar um por dia. Mas, o meu salário não chega a isso, não tenho como pagar”, afirmou.

O jornalista conta que o seu médico já descartou a possibilidade de uma nova cirurgia para retirada do tumor, uma vez que ele poderia perder a fala e depender de traqueostomia para se comunicar.

“Não quero que tenham pena de mim. Quero que o Estado resolva o meu problema e faça seu papel, usando o dinheiro que é repassado pelo Governo Federal para comprar esse remédio. O poder público faz vista grossa para essa situação”, desabafou.

A jornalista Caroline Pilz, de 26 anos, também depende da Farmácia de Alto Custo para dar continuidade ao tratamento contra artrite reumatóide.

Há um ano, ela utiliza o remédio Arava, sem o qual sofre com dores nas articulações e infecções pelo corpo, devido à baixa imunidade.

“Eu busco o remédio lá há um ano, faço os exames de sangue que eles pedem de três em três meses e, desde o dia 14 de novembro do ano passado, o remédio está em falta. Em dezembro, eu voltei a procurar o remédio, mas eles me pediram para aguardar que eles me ligariam quando chegasse”, disse.

Uma caixa do remédio utilizado pela jornalista, com 30 comprimidos, custa R$ 300 e dura um mês.

“Eu estou comprando esse remédio na farmácia comum. E quem não tem dinheiro para comprar?”, questionou.

Outro lado

Por meio da assessoria, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) afirmou que o remédio Tarceva 150 mg já foi comprado e que deverá ser entregue a qualquer momento pela empresa distribuidora, na Farmácia Judicial (onde são entregues os medicamentos conseguidos por meio de liminar).

Segundo a assessoria, devido às férias coletivas das empresas, o pedido demorou a ser atendido, mas, após a aquisição, a distribuidora tem até 15 dias para fazer a entrega.

A secretaria afirmou que o remédio Arava também já foi adquirido e chegou na semana passada na pasta. No momento, a secretaria está ligando aos pacientes para avisá-los de que já podem buscar o remédio.
 


Deixe Seu Comentário


Links rápidos