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Servidores públicos, heróis do anonimato


22-01-2013 11:17 - Ezio Ojeda - Hiper Notícias

Estamos acostumados às intrigas, maledicências e denúncias em quase tudo que se refere ao funcionalismo público. Educação e Saúde ainda são as áreas mais aviltadas e amiúde injustiçadas.

Embora saibamos das deficiências humanas e culturais, devemos enlevar os valiosos apanágios do servidor público, que, contra todas as adversidades tenta e por pouco não consegue manter a obrigação do Estado em corresponder às demandas às quais se justifica.

Em tempos de crises dantescas, quando nem o mínimo se oferece a estes honrosos trabalhadores, como o próprio salário, vemos que seus préstimos persistem. Mesmo em greve, as diversas categorias se mantêm na labuta. Em Várzea Grande, insigne exemplo, mesmo sem receber há mais de 3(TRÊS, pasmem) meses, os servidores públicos municipais continuam oferecendo seu ofício diariamente. Alguns, mesmo sem condições de pagar o transporte, vão a pé e sacrificam seu orgulho e dignidade em prol da população que nem sempre este ato reconhece. Em detrimento do aplauso, muito se prefere denegrir a maioria com comentários pejorativos de preguiçosos e incompetentes. Sindicalistas bradam nas praças por socorro do SUS (Sistema Único de Saúde), enquanto as OSS (Organizações Sociais da Saúde) ocupam cada vez mais seu espaço, sem, contudo, retribuir a contento gigantescos investimentos. Qual o sentido disso tudo? Até Maquiavel apontaria o cidadão como a única finalidade para o Estado. Se for mal assistido, para que investir nossos sofridos impostos em tão monstruosa organização?

Esperamos poder contar com melhoras significativas das novas administrações, pois, o que se noticiam são cofres vazios que herdaram dos antecessores. Como isso é possível? E o Ministério Público, atento zelador da Lei, o que fará? As histórias são temíveis de improbidade! Será que se configurariam normais essas conversas de desvio de dinheiro público? É, pois, comum já o são... Pelo menos, diante de tais desmandos, que não se avolumem as reclamações míopes contra o pobre funcionário.

Ao invés disso, que sejam majorados seus vencimentos. Não é aceitável que um profissional em fim de carreira necessite de compor sua renda na informalidade. E pensar que o nosso amado Congresso Nacional estuda um projeto para tributar os aposentados! Absurdo equivalente a se continuar pagando o seguro depois de ocorrer e ser restituído o sinistro.

Obrigado, servidor do povo. Apesar das injúrias, sei que nenhum empregado é tão preparado como o senhor. Para ocupar esta cadeira, fez inscrição e foi aprovado por um concurso concorrido. Não vamos mais apontá-lo como um bonachão cúmplice de todas as mazelas administrativas.

Do gari ao médico plantonista do Pronto-Socorro, verdadeiros heróis do anonimato, muito obrigado. Não vou esperar o seu dia para agradecê-los. Sem o seu trabalho a sociedade estaria desgovernada, literalmente...

(*) ÉZIO OJEDA é médico e Advogado em Cuiabá.  


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