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MT-HEMOCENTRO: Três décadas de histórias, conquistas, vidas salvas, mas também de muitos desafios e lutas pela frente


14-03-2024 19:43 - ASSESSORIA DE IMPRENSA SISMA/MT


Amanhã, dia 15/03, o MT-Hemocentro completa 30 anos de atuação, tendo a doação de sangue como seu serviço mais conhecido e reconhecido pela população. Todos os doadores de sangue, simpatizantes e apoiadores da causa, pacientes e servidores estão convidados para a cerimônia de congraçamento entre os públicos que coexistem no local, a partir das 09h. Haverá apresentações culturais, coffee break e um bolo para celebrar a existência de uma das instituições públicas mais importantes de Mato Grosso. Apesar de mil motivos para comemorar, existe uma realidade de lutas incansáveis de quem está do outro lado do ‘balcão’: os servidores.

O MT-Hemocentro, criado em 15 de março de 1994, oferta um serviço público que gera vida em todas as etapas do seu atendimento. Mais que salvar vidas, o trabalho dos hemocentros públicos e coordenadores dos serviços hematológicos pelo país preserva e conserva vidas. Afinal, em que pesem os quase diários anúncios sobre os avanços da ciência e da medicina, ainda não existe tecnologia capaz de produzir sangue artificialmente. “E por esse motivo, a doação de sangue é extremamente importante para salvar milhares de vidas”, frisa o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde do Estado de Mato Grosso (SISMA/MT), Carlos Mesquita.

Como destaca Mesquita, o trabalho intenso e diuturno no MT- Hemocentro, por exemplo, não cessa com a coleta, análise e tipificação do sangue. “Ainda hoje, mesmo com inúmeras campanhas tratando da importância da doação de sangue, com informações de fácil acesso sobre o tema na internet, os servidores da Saúde ainda têm de se desdobrar para manter um estoque regular, às vezes mínimo mesmo, no banco de sangue público. Para isso eles, mais que servidores internos de um hemocentro, são multiplicadores da importância em se doar, no intuito de conscientizar cada dia mais a população e fazê-la ser doador ou doadora regular e fidelizada”. A diretora de comunicação do SISMA, Magda Matos, que foi captadora de doadores de sangue por 15 anos no MT-Hemocentro, frisa: “Essa é uma luta diária de quem atua no hemocentro público, que não exige devolução sanguínea aos seus pacientes, realizando por sua vez, captação hospitalar com responsabilidade, solidariedade e respeito aos pacientes e suas famílias. A doação de sangue deve ser anônima, altruísta, voluntária e responsável”.

Ainda como destaca o presidente do SISMA/MT, Mesquita, mais do que coletar o sangue e fazer com que ele possa salvar até quatro vidas, o trabalho de um hemocentro leva à descoberta de pessoas de ‘sangue raro’ que, em sua quase maioria, desconhece sua condição, mas esta é uma situação que precisa de monitoramento. “Existem os casos aqui em Mato Grosso, além dos grupos sanguíneos de maior importância, como os sistemas ABO (A, AB e O), Rh, Kell, Duffy e Kidd, dos chamados sangues raros, que são mais difíceis de encontrar na população de doadores e pacientes. Quando há um doador com esse tipo sanguíneo, ele deve seguir as orientações do hemocentro quanto à frequência de suas doações. Há uma demanda pelo chamado antígeno U negativo. Em segundo lugar, temos a substância Kel negativo e o Kidd nulo e esses doadores, identificados após a doação e análise da sua bolsa de sangue passam a integrar o Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR). Depois que os Hemocentros públicos identificam integrantes de sangue raro, inicia-se uma busca ativa entre os familiares desses indivíduos para levar insumos ao paciente que precisa desse insumo no menor tempo possível”, salienta.

O MT-Hemocentro também realiza o cadastro de medula óssea, possibilitando a cura de doenças como leucemias, aplasia de medula e doença falciforme, já tendo inclusive, conseguido inúmeras vezes salvar a vida de pacientes até mesmo de outros países.


TRABALHO DESENVOLVIDO NO MT-HEMOCENTRO PULSA! - Seja no corredor da doação de sangue, doando hemocomponentes, incentivando e organizando campanhas, seja nos laboratórios, com o maior parque tecnológico do Estado, seja no ambulatório, cuidando de pacientes hematológicos, seja na gerência de produção, estoque e distribuição de sangue, que funciona 365 dias do ano, em horário integral, para atender todas as demandas de acidentes, queimaduras, cirurgias, seja no administrativo, dando suporte a todas as áreas do MT-Hemocentro, o trabalho dos servidores pulsa, e assegura e salva vidas em qualquer um dos setores da unidade. É assim que o Diretor de Formação e Assuntos Sindicais do SISMA/MT – que é servidor do MT Hemocentro e doador  de sangue – Otto Ten Caten, define o MT-Hemocentro. Ao falar de um tema que ele ama e tem paixão, mesmo vibrando em cada palavra que vai retratando o trabalho interno desde a captação de bolsas, Otto lamenta a falta de valorização e reconhecimento desses servidores. “Todos nós somos servidores de luta, fizemos história lutando contra as Organizações Sociais de Saúde (OSS's) e seguiremos no front contra a nova investida dessas instituições, sem qualquer vocação para o atendimento de saúde no SUS. Lutamos por um SUS humanizado, digno e especialmente, não abrimos mão desses princípios quando se trata da doação de sangue. Há 30 anos, levamos amor e empenho aos nossos pacientes, nos quatro cantos de Mato Grosso”.

O QUE NÃO SE VÊ – No papel de líder sindical, Carlos Mesquita frisa que a batalha diária pelos estoques no banco de sangue é só uma parcela da luta que esses servidores travam todos os dias. Além da falta de valorização profissional, servidores denunciam “uma absurda falta de profissionais e sobrecarga de trabalho.

A Saúde está há mais de 20 anos sem concurso público. Além de não ter servidores concursados para ampliar o atendimento e oxigenar os departamentos das unidades, a falta de pessoal é potencializada pelas justas aposentadorias requeridas e concedidas ao longo desse período. Há setores com déficit de pessoal de mais de 50% no curto prazo”, relata o dirigente sindical. Segundo ele, a própria SES publicou em diário oficial o lotacionograma que demonstra enorme desajuste entre servidores efetivos e contratados que, após dois anos, não têm mais como prorrogar seus contratos, fazendo com que a continuidade do conhecimento se perca, ocasionando risco grave para as especificidades técnicas exigidas dentro do SUS público, humanizado, gratuito e de qualidade.


"Luta dos servidores contra as OSS's em 2012".



COMO DOAR?

Interessados devem procurar um Hemocentro (Lista de hemocentros no Brasil) ou Unidades de Coleta e Transfusão no interior do Estado de Mato Grosso, para checar os requisitos necessários e conferir os impedimentos temporários e definitivos. O intervalo de doação é de dois meses para homens, restrito a quatro doações por ano. Para mulheres, as doações podem ser feitas de três em três meses, sendo no máximo três doações anuais.

REQUISITOS PARA DOAÇÃO

Estar saudável

Ter entre 16 e 69 anos

Ter mais de 50kg

Já ter doado alguma vez, no caso de pessoas entre 60 e 69 anos, para repetir o procedimento

Apresentar o consentimento formal dos pais, se menor de 18 anos.

Documentos necessários:

Identificação oficial com foto (Carteira de Identidade, Carteira Nacional de Habilitação, Carteira de Trabalho, Passaporte, Registro Nacional de Estrangeiro, Certificado de Reservista e Carteira Profissional emitida por entidade de classe); ou documentos digitais com fotos.

No dia da doação:

Dormir ao menos seis horas nas 24h anteriores à doação

Alimentar-se bem

Evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação de sangue

Aguardar pelo menos duas horas para doar sangue após o almoço.

Impedimentos temporários

Pessoas com gripe, resfriados ou com quadro de febre (necessário aguardar dez dias, após o desaparecimento total dos sintomas)

Mulheres no período gestacional não podem doar sangue; no pós-parto,  esperar 90 dias se parto normal e 180 se cesárea, ou em período de amamentação (aguardar após o primeiro ano de aleitamento materno do bebê)

Consumo de bebida alcoólica: esperar 12h após a ingestão

Tatuagem e/ou piercing: esperar doze meses para doar (no entanto, se o piercing for em cavidade oral ou região genital - áreas de mucosa - , a pessoa precisa fazer a retirada do piercing e aguardar 12 meses para voltar a doar sangue); se as condições de realização desses procedimentos forem seguras (após avaliação da entrevista) o período pode ser menor

Extração dentária: aguardar 72h

Casos de apendicite, hérnia, amigdalectomia (retirada das amígdalas palatinas) e varizes: esperar 3 meses

Colecistectomia (retirada da vesícula biliar), histerectomia (retirada do útero ou do colo do útero), nefrectomia (retirada de um dos rins), redução de fraturas, politraumatismos sem sequelas graves, tireoidectomia (remoção da glândula tireoide), colectomia (retirada de parte ou de todo o intestino grosso): aguardar 6 meses

Transfusão de sangue: esperar 12 meses

Vacinação: tempo de impedimento varia de acordo com a vacina

Exames ou procedimentos com aparelhos endoscópicos: aguardar seis meses

Expostos a situações de risco acrescido de infecções sexualmente transmissíveis: esperar 12 meses após o contato

Após Hepatite A, aguardar 12 meses.

QUEM NÃO PODE DOAR?

Pacientes que tiveram suspeita ou outros tipos de hepatite

Suspeita ou evidência clínica/laboratorial de Hepatites B e C, do vírus da imunodeficiência humana (HIV), do vírus T-linfotrópico humano I e II (HTLV) (da mesma família do HIV, o HTLV atinge os linfócitos T, as células de defesa do organismo) e doença de Chagas

Uso de drogas ilícitas injetáveis

Malária (depende do tipo de agente causador, do tempo após o tratamento e a completa cura; na maioria dos casos, o tempo de impedimento é de 12 meses). (Com Ministério da Saúde)

 

 


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