Contra todas as expectativas, e
mostrando a força da articulação, mobilização e união do Sindicato dos
Servidores Públicos da Saúde do Estado de Mato Grosso (SISMA/MT) e dos
servidores do SUS, a categoria da Saúde obteve vitória sobre a proposta do
governo do Estado, ao conseguir excluir os trabalhadores do SUS de Mato Grosso
dos efeitos nocivos do PLC 56/2023, batizado como "PLC da Escravidão da
saúde".
O texto vindo do governo do
Estado penalizava os servidores da saúde do Estado, aumentando a carga horária,
sem nenhum diálogo com o Sindicato e trabalhadores e sem propor sequer aumento
no salário-base da categoria. Na votação de hoje (13/12), na Assembleia
Legislativa, a maioria dos deputados atendeu ao pedido do Sindicato, somando 18
votos em favor da aprovação do Substitutivo 2, que retirou do corpo do texto as
alterações à LC 441/2011, sendo respeitada a manutenção desta Lei que já
regulamenta as horas trabalhadas pelos trabalhadores do setor.
Foram semanas de articulação
junto aos deputados estaduais, mostrando o quanto o PLC seria prejudicial à
categoria, à toda a rede SUS do estado e à população atendida. O presidente do
SISMA/MT, Carlos Mesquita, agradece especialmente aos servidores do interior e
da capital que se fizeram presentes e aos deputados Paulo Araújo, Lúdio Cabral,
Dr. José Eugênio e ao Presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho
pelo apoio na articulação com os líderes do governo, para que o Sindicato e os
servidores fossem ouvidos, embora frise que houve anuência de um grande número
de deputados que, ao final, entenderam os riscos que este PLC traria ao povo
mato-grossense, além do impacto na vida dos trabalhadores.
“O PLC 56/2023 foi aprovado, mas
resguardando as categorias que já possuem jornadas de trabalho regulamentadas
por Lei, como é o caso dos servidores do SUS, sendo preservada a jornada
laboral disciplinada pela LC 441 de 2011. Em outras palavras, nossa jornada de
trabalho continuará a ser regulamentada normalmente, como deve ser. Mas a luta
não se encerra aqui! Temos ainda muitas pautas em defesa dos servidores da
saúde, como a correção das tabelas salariais e a reestruturação do nosso Plano
de Cargos e Carreiras, o pagamento atualizado dos valores reais da RGA, a
Unimed de Cáceres, o injusto desconto previdenciário dos aposentados, a
valorização da categoria e o fim do assédio moral nas unidades, com a
humanização necessária sendo implantada em todos os setores de atuação dos
servidores, por exemplo. Para isso, precisamos seguir unidos! Precisamos nos
manter em constante diálogo com os deputados estaduais, buscar abrir mesa de
negociação junto ao estado e especialmente, nos manter sempre em estado de
mobilização! Hoje foi mais uma prova de que o SISMA está forte e que, unidos,
alcançamos até o impossível, como nos foi dito sobre essa vitória várias vezes,
nas últimas semanas!”, comemorou.
Conforme o PLC, os servidores
teriam a carga horária aumentada em 25%, mesmo estando com equipes reduzidas e
há 21 anos sem concurso público para repor a mão-de-obra dos servidores
aposentados e das incontáveis perdas que a pandemia trouxe para a categoria. O
projeto objetivava fazer o servidor trabalhar muitas horas a mais, e ainda sem
a remuneração devida. O PLC 56/2023 determinaria que os servidores do SUS
tivessem jornada de trabalho estendida para até 200 horas mensais. Hoje, a SES
conta com servidores de 80, 120 e 160 horas mensais, de forma regular ou em
regime de plantão.
“Para a categoria, foi uma
vitória conquistada com a luta de todos que vieram aqui nas galerias mostrar
sua indignação com o governo do Estado ou de alguma forma entraram em contato e
pressionaram os deputados estaduais. O SISMA/MT não vai abaixar a guarda! Vamos
continuar lutando para que nenhum direito seja tirado dos servidores, que
merecem respeito e não esse ataque absurdo!”, reforçou o presidente do
SISMA/MT.