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SISMA entrega relatório à Comissão de Saúde das péssimas condições do Hospital de Sorriso


27-06-2023 19:45 - ASSESSORIA DE IMPRENSA

Durante reunião realizada pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, o Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde do Estado de Mato Grosso- SISMA entregou um relatório ‘bombástico’ apontado as más condições em que o Hospital Regional de Sorriso está funcionando e o desserviço que vem prestando à população.

 

O relatório traz dados de uma visita técnica a pedido de servidores que denunciaram a falta de condições de trabalho, descumprimento de direitos trabalhistas, perigo de infecções hospitalares, absenteísmo por doenças ocupacionais, atraso de pagamento para as terceirizadas de serviços médicos aliado ao subdimensionamento de profissionais.

 

ESTERILIZAÇÃO - Uma das denúncias é sobre o Centro de Material Esterilizado que conta  apenas duas (02) profissionais Técnicas de Enfermagem para fazer todo o serviço do hospital e, ainda, dar conta de atender a esterilização dos materiais da Unidade de Pronto Atendimento - UPA e do Corpo de Bombeiros.Não há uma enfermeira responsável. Atualmente, o setor dispõe de apenas uma autoclave para fazer “toda” a esterilização do hospital; após a terceirização da lavanderia, o abastecimento é sempre atrasado. Foi possível comprovar que as servidoras têm sob suas atribuições diárias a lavagem “a mão, com escova” dos materiais com sujidade de fluidos de sangue e outros, trazidos pelos Bombeiros/UPA, sem os produtos adequados, inclusive observou-se o uso de “detergente caseiro” para pré-lavagem dos materiais, conforme faz prova fotos/vídeo.

 

Os profissionais estão apresentando esgotamento físico e mental, graves problemas de ordem ortopédicas, causando absenteísmo e mais sobrecarga de trabalho para os que, ainda, estão no setor. O horário de repouso e alimentação não obedece ao que regulamenta a legislação trabalhista e, muitas profissionais não recebem a insalubridade devida. Diante do observado e, dos relatos, os servidores estão com uma intensa e exaustiva sobrecarga de trabalho, sem horário para repouso, refeição e higiene pessoal.

 

CLÍNICA DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA – Foi constatado camas no corredor do hospital com puérperas a maioria com acompanhantes figuras masculinas sem privacidade nenhuma e sem contar com a reforma acontecendo com pessoas estranhas circulando no local cheio de poeira de construção com ventiladores trazidos pelos pacientes em meio ao calor da região.

 

Além das deficiências estruturais, refere-se a falta de profissionais para uma prestação de serviço adequado. Conforme os servidores, , em alguns plantões ficam, apenas,3(três) técnicos e 1(uma) enfermeira para atender até 30(trinta) pacientes.

 

CENTRO CIRÚRGICO- alguns profissionais efetivos e contratados denunciaram que não recebem, pelo seu labor em “sala fechada”, a insalubridade prevista. São 22 anos sem concurso para preencher as vagas necessárias, já que muitos estão afastados por questão de saúde física e exaustão mental.

 

Os maiores problemas estão na questão estrutural com rachaduras, infiltrações no teto e paredes, piso irregular, a pia localizada no corredor das salas cirúrgicas está com vazamento visível e aparelhos de ar-condicionado também, inclusive com “panos” para estancar a água, podendo ocasionar graves acidentes e ainda comprometendo a saúde dos pacientes e servidores, uma vez que as paredes apresentam sinais de infiltrações e mofo.

 

As instalações elétricas, em alguns pontos estão com fios aparentes e soltos, provavelmente fora das normas técnicas, sendo importante registrar que, situações como ás apontadas demonstram, de forma inequívoca, perigo de curtos e /ou incêndio.

 

PERMANENTE REFORMA- As irregularidades em todos os ambientes da unidade hospitalar, em especial os das alas recém-inauguradas. O hospital está em permanente reforma e aparentemente, as empresas responsáveis pela construção / reforma são trocadas sem maiores informações, inclusive não foi possível visualizar placa de identificação da obra, com as devidas especificações exigidas por Lei.

 

“Como vimos, as condições do prédio hospitalar em comento colocam em risco a integridade dos pacientes que dele necessitam. A superlotação, apesar de ser um problema presente em toda a rede de saúde pública do nosso país, quando somada à falta de profissionais e a irregularidades nas instalações físicas do prédio, representam riscos sérios para a continuidade do atendimento. As obras intermináveis realizadas no prédio, não possuem as sinalizações necessárias e recomendadas pelo CREA, e ocasionam ruídos, poeira, odores e desorganização que colocam pacientes e servidores expostos à possibilidade de infecções generalizadas e acidentes, além da perturbação com o barulho”, alerta a presidente do Sisma, Carmen Machado.

 

O sindicato ainda denuncia as cadeiras em condições precárias, a arquitetura das salas não favorece o regular funcionamento das atividades, as infiltrações e o mofo que expõem à todos doenças respiratórias, e a falta de ventilação adequada resulta no desconforto dos pacientes que já estão em situação delicada de saúde e optam por buscar seus próprios aparelhos ventiladores.

 

Insta dizer que as irregularidades aqui relatadas não compreendem apenas uma ala ou parte do hospital, mas abrangem todo o estabelecimento, inclusive Unidades de Tratamento Intensivo, Centros Cirúrgicos, ala de obstetrícia entre outros espaços onde a higiene, ventilação, controle de riscos são primordiais e indispensáveis.

 

ENGENHARIA – também foram constatadas irregularidades em execuções de obras, tipos de materiais aplicados em locais inadequados, entre outras situações gravíssimas recebidas pelo Núcleo Social da Assembleia Legislativa do Estado do Mato Grosso.

 

Consta nesse mesmo relatório imagens, locais, irregularidades, riscos eminentes, medidas a serem tomadas e urgências das medidas.

 

Sem contar com lâminas inadequadas, instalações elétricas e quadro de energia fora do padrão, instalação de aparelhos de ar-condicionado fora das normas, cabeamento exposto, junção de pisos sem impermeabilizante, materiais de reforma armazenado incorretamente, falta de uso de epis pelos colaboradores, falta de sinalização de riscos, instalações hidráulicas fora de norma descarte de esgoto fora de norma contaminando ar e solo, tampas de caixa d’água rachadas, sem cadeira para acomodação dos vigilantes, severas infiltrações no teto, instalações elétricas comprometidas, severo deslocamento de junção de paredes, toldo de proteção totalmente destruído, armazenamento de extravos de camas em local inadequado, instalações hidráulicas fora de norma.

 

ESTRUTURAS PARA FUNCIONÁRIOS - instalações elétricas fora de norma, instalações sanitárias inadequadas, quantidade de wcs inadequados, quantidade de camas acima do permitido, colchões inadequados, não possui lençóes, fronhas, cobertores e travesseiros adequados, não possui ventilação natural, não possui o mínimo de m² de espaços entre camas e beliches, camas superiores sem escada e proteção e não contém armários.

 

“Estaremos encaminhando o resultado da Visita Técnica ao Ministério Público Estadual – MPE; Ministério Público do Trabalho – MPT, Tribunal de Contas do Estado – TCE, Secretaria de Estado de Saúde – SES/MT, Conselho Regional de Enfermagem – COREN e Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso – ALMT, para que sejam tomadas as providências cabíveis, avisa  Carmen.

 

O relatório deve ser apresentado na próxima terça-feira(04) às 8h na Comissão de Saúde.


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