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Servidores do Samu protestam na porta do governador com buzinaços e alertam sobre população ‘ferrada‘


15-01-2013 10:38 - Hiper Notícias

Conforme planejado, os servidores do Serviço Móvel de Urgência (Samu) se uniram à população para protestar contra o anúncio da ‘privatização’ do serviço. Realizado nesta segunda-feira (14), o protesto que tinha tudo para ser tímido simplesmente parou o trânsito no Centro Político Administrativo.

Sem multidão e com um grupo de aproximadamente 60 pessoas, a manifestação teve início na frente da Secretaria Estadual de Saúde (SES), entoada por gritos de protestos e faixas para expor a indignação dos servidores.

Os manifestantes ligados à saúde e os próprios servidores do Samu criticam a posição do Governo do Estado quanto à implantação das Organizações Sociais da Saúde (OSSs) na gestão do serviço.

A publicação do Diário Oficial do dia 14 de dezembro prevê o chamamento tipo melhor técnica para firmar contrato para “gerenciamento, operacionalização e execução das ações e serviços de saúde na área de atendimento pré-hospitalar”.

Segundo Carlos Gabriel, servidor do Samu há 8 anos, todos os profissionais que atuam no serviço de urgência não concordam com a implantação das OSSs, pois acreditam que a melhor gestão é com a realização de concursos públicos.

Ele explica que atualmente, há um grupo grande de servidores que são contratados e não concursados e que as organizações só irão “cobrir o buraco” das dificuldades sem a garantia de prestação de serviço digno.

“Hoje todos os 200 funcionários do Samu em Cuiabá e Várzea Grande são contratados. Não há concursos e os servidores precisam de segurança e gerência que as organizações não darão”, assegura.

O Conselho Estadual de Saúde (Ces) já solicitou a realização do concurso ainda este ano à SES, baseando-se na Lei n°441 que institui a Carreira dos Profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além disso, Carlos lembra que os métodos usados pelo Governo em sucatear as unidades de saúde para depois implantar as OSSs devem ser desmascarados. “O governo quer sucatear o Samu para depois colocar as organizações e dizer que elas são milagrosas. É mentira”, aponta.

Atualmente, o recurso anual destinado ao Samu é de R$ 16 milhões, custeados meio-a-meio pela União e Estado. Mesmo assim, os servidores não possuem uniformes, as ambulâncias estão sucateadas, o que leva à demora em mais de 20 minutos do atendimento, que deveria ocorrer no máximo em 10 minutos, além de dificuldades internas, segundo Carlos.

Ausência de medicamentos, equipamentos, insumos e problemas na estrutura física dos prédios do Serviço de Urgência também são recorrentes. “A população está ferrada, porque o Samu funciona 24 horas e atende do rico ao pobre, mas não é possível prestar um serviço digno sem estrutura”, afiança Carlos.

Ele lembra ainda casos em que uma ambulância do Samu teve de ser “socorrida” por outra porque saiu para fazer um atendimento, mas “ficou no caminho”. “Teve dias em que a ambulância com paciente quebrou. Um risco para a população”, assegura.

TRÂNSITO PARADO

Ao querer se fazer ouvidos e incentivados pela temperatura amena de 28°C de hoje, os manifestantes seguiram da SES para o Palácio Paiaguás acompanhados das buzinas de três motolâncias e as sirenes de quatro ambulâncias que marcavam presença no movimento. Os automóveis deveriam ser encaminhados ao conserto, mas antes foram levadas para a manifestação.

Com o buzinaço montado, os protestantes pararam o trânsito no Centro Político, que ficou congestionado, já que nas proximidades há vários desvios oriundos das obras da Copa. Os manifestantes se dirigiram para a frente do Palácio Paiaguás, sede do governo.

No meio da caminhada, foram surpreendidos por uma ambulância do Samu que se direcionava para realização de um atendimento, o que motivou ainda mais os manifestantes que em coro gritavam “Silval cara de pau, queremos SUS 100% estatal”.

E nesse ritmo, os manifestantes seguiram até à porta do governador Silval Barbosa (PMDB), onde permaneceram em protesto. No entanto, mesmo com a barulheira, o governador não se manifestou e nem deu as caras.

No entanto, a SES informou, por meio de assessoria, que não entra no mérito da manifestação e respeita o movimento, mas acredita na eficácia e eficiência das OSSs, especialmente por sete hospitais regionais já serem geridos pelas organizações. 


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