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O rombo das OSSs de Henry e Vander


06-12-2012 14:46 -

 Alvo de constantes ações movidas por parte do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), as Organizações Sociais de Saúde (OSSs) são classificadas pelo órgão como uma atividade inconstitucional e que ferem os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS). Do ponto do vista do promotor Alexandre Guedes, ao contrário do que foi propagado pelo Governo do Estado, quando as chamadas OSSs foram incorporadas ao sistema de saúde pública do Estado, elas estão longe de serem transparentes e acessíveis à população. Guedes alega que o Estado resolveu implantar esse sistema, mas em contrapartida não colocou à disposição de entes como o Conselho Estadual de Saúde e Tribunal de Contas do Estado, por exemplo, instrumentos e valores que permitam aos órgãos ‘fiscalizar’ e acompanhar o modelo de atuação das organizações sociais.


“Pelo menos não é isto que estamos vendo, dada a série de irregularidades e questionamentos feitos em torno deste sistema. Recentemente, vimos, por exemplo, que milhões de reais foram suplementados a essas organizações. Mas quanto foi ao certo? Por que motivo isso foi feito?”, questiona Guedes. O fato foi, inclusive, estampado em matéria da edição 419 do Circuito Mato Grosso.

O promotor de Justiça Alexandre Guedes é taxativo ao afirmar que um dos grandes problemas das OSSs é o sistema de metas com o qual as organizações trabalham. “As OSS só atendem dentro da capacidade prevista nos contratos; se o governo não se compromete em pagar o excedente, a demanda acaba sendo transferida aos hospitais públicos, acarretando filas nos corredores de unidades como o Pronto-Socorro de Cuiabá”, explicou.  Ele critica o fato de que nos últimos dez anos o Governo do Estado não aumentou a capacidade de atendimento no SUS, simplesmente transferiu a gestão de alguns hospitais para as Organizações de Saúde, o que, segundo ele, apenas contribuiu para acumular serviços e aumentar ainda mais o caos instalado na saúde pública de Mato Grosso.
 
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E são justamente essas OSSs as personagens principais de um rombo constatado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) no Fundo Estadual de Saúde, gerido pela Secretaria de Estado de Saúde. De acordo com o TCE, a SES repassou dinheiro a mais para duas OSSs: Associação Congregação de Santa Catarina, gestora do Hospital São Luiz, de Cáceres, e Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde, conhecido como Hospital Metropolitano de Várzea Grande. Por conta disso, as contas de gestão da SES referentes a 2011 foram reprovadas. Essas duas OSSs juntas já receberam, em 2012, R$47.461.202,25.
 
O rombo, que giraria entre 3 e 5 milhões de reais, teria ocorrido na gestão do ex-secretário e deputado federal Pedro Henry, condenado a sete anos de prisão no escândalo do mensalão, e do atual secretário Vander Fernandes. Henry defendeu e implantou as OSSs à revelia da sociedade e Vander deu continuidade ao sistema, mesmo com liminar contrária da Justiça e reprovação do Conselho Estadual de Saúde. “A secretaria está uma balbúrdia. Como essas irregularidades podem estar acontecendo também em 2012, solicitamos o afastamento do secretário Vander Fernandes”, declarou o relator do processo, conselheiro substituto Luiz Henrique Lima.
 
Confira matéria na íntegra. 

Camila Ribeiro – Da Redação

Fotos: Pedro Alves

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