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Clipping

Para Yuri, o problema é de gestão


29-11-2012 13:47 - Jornal Diário de Cuiabá

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MT Saúde, o ex-presidente do instituto e um de seus fundadores, Yuri Bastos Jorge, atribuiu a grave situação pela qual o plano de saúde passa a problemas de gestão. Yuri permaneceu à frente da presidência do MT Saúde entre os anos de 2003 e 2006.

Em sua avaliação, os problemas começaram em setembro de 2011, quando foi cancelado o contrato com a empresa CRC, então responsável pela administração do MT Saúde, e contratada uma nova empresa sem licitação no valor de R$ 53 milhões. Tempo depois, o contrato com a empresa foi cancelado e a atual administradora do plano, São Francisco Saúde, foi contratada também sem licitação.

Segundo Yuri, as dificuldades teriam sido geradas porque a empresa não estaria utilizando todas as “ferramentas” consideradas necessárias para garantir a eficiência da administração: conectividade, sistemas de controle de gestão, auditoria em conta médica e ampla rede credenciada.

O ex-gestor se posicionou contrário à extinção do plano e garantiu ser possível recuperá-lo em um prazo de 15 dias. Atualmente, cerca de 60 mil usuários estão sofrendo com a falta de atendimento médico. “O MT Saúde não pode ser extinto. É um órgão que está constituído. O governo do Estado não mediu esforços à época para sua criação e isso envolveu o trabalho de muitas pessoas, além de recursos do Estado. Além disso, ele é muito importante para desafogar o SUS. É preciso transmitir ao governador Silval Barbosa a verdade sobre o que está acontecendo para que ele possa tomar decisões e colocar efetivamente o MT Saúde nos trilhos”.

Afirmou também que o MT Saúde pode se manter sem qualquer suporte do Estado. Atualmente, 30% do plano é custeado pelo Estado e 70% é mantido pelos servidores, através do pagamento de mensalidades. “O MT Saúde pode se tornar 100% sustentável, como é o plano de saúde dos servidores de Goiás, cujo modelo é idêntico ao de Mato Grosso”.

Yuri rebateu afirmações de que o modelo do plano é inadequado, pois, segundo ele, é idêntico ao adotado em outros Estados. “Nós não inventamos a roda. O modelo adotado em Mato Grosso foi copiado de vários Estados e adequado à realidade da nossa região”.

Presidente, relator e membro da CPI, respectivamente, os deputados Walter Rabello (PSD), Emanuel Pinheiro (PR) e Ezequiel Fonseca (PP) ressaltaram a necessidade de resgatar o MT Saúde. Apesar das informações prestadas por Yuri Bastos, Fonseca disse que, em sua avaliação, o principal problema do plano é a falta de pagamento, seguido pela gestão ineficiente. Pinheiro, por sua vez, salientou a necessidade de acelerar os trabalhos para encontrar uma solução para os problemas o mais rápido possível. “Do jeito que está o MT Saúde, não sei se ele vai aguentar 180 dias, que é o prazo que temos para concluir os trabalhos da comissão”.

Ao final do depoimento, os membros da CPI aprovaram requerimento convocando os ex-presidentes do MT Saúde Augusto Amaral e Maximillian Leão e o atual presidente, Gelson Smorcinski, para prestarem esclarecimentos à CPI durante reunião que será realizada na próxima quarta-feira (5), às 14h. Também foram aprovados requerimentos determinando que o relator das contas do plano, conselheiro do Tribunal de Contas, Antônio Joaquim, encaminhe cópia integral da decisão que rejeitou as contas e das denúncias de supostos desvios de R$ 21 milhões, e que o governo cesse as articulações com planos de saúde privados para os servidores.

O ex-secretário de Estado de Administração, Geraldo de Vitto, também deveria ter comparecido na reunião, mas a CPI não conseguiu localizá-lo para oficializar sua convocação.
 


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