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Greve dos médicos completa um mês


23-11-2012 12:42 - Folha do Estado

A greve dos médicos da rede pública de Cuiabá completou ontem (22) um mês e segue sem avanços. Segundo o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), até agora foram feitas algumas reuniões com a Secretaria de Saúde, mas em nenhuma delas houve acordo.

Enquanto isso, quem padece com a situação é a população, que não encontra atendimento médico nas policlínicas. A servente de serviços gerais Cleidiane Horácio está há quatro dias percorrendo as policlínicas da cidade à procura de atendimento médico para a filha de quatro meses, mas não consegue.

“A minha filha está desde o começo da semana com febre alta e tossindo muito, mas em nenhuma policlínica consegui o atendimento. O que ouço é que o caso dela não é emergência e eles só estão atendendo os casos graves. Se o caso da minha filha não é grave, eu não sei o que pode ser. Será que é quando ela estiver morta?”, reclama a mãe.

O vendedor Jacson Juarez procurou a policlínica do Planalto porque teve um princípio de AVC, mas teve que esperar por mais de três horas para ser atendido. Quando ele chegou à unidade tinha pelo menos 30 pessoas na frente para serem atendidas. “Essa é a realidade da saúde do nosso Estado. É uma situação precária de verdadeira calamidade”.

De acordo com o Sindimed, os médicos mantêm em 100% o atendimento de urgência e emergência e apenas 30% para os casos eletivos e ambulatoriais. Segundo a presidente do sindicato, Elza Queiroz, na sexta-feira (16) o Sindimed encaminhou para a Secretaria de Saúde do município uma contraproposta com as reivindicações dos médicos, mas até agora não tiveram uma resposta.

Entre as questões que o sindicato cobra da secretaria é o cumprimento do acordo coletivo que foi assinado em agosto deste ano e homologado no Tribunal de Justiça do Trabalho. “Não abrimos mão do que foi acordado e esperamos que a secretaria cumpra com aquilo que se comprometeu”. A médica informou que representantes da equipe de transição da próxima gestão já se comprometeu em participar das reuniões seguintes com os médicos.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde foi procurada pelo jornal Folha do Estado, mas não atendeu às chamadas.

 

Atendentes denunciam que estão sofrendo agressões verbais

A greve dos médicos em Cuiabá acabou agravando uma situação que já é comum dentro das policlínicas de Cuiabá: a falta de segurança. Alguns funcionários denunciam que estão sofrendo agressões verbais e até físicas por parte dos pacientes. A falta de médico e de atendimento tem irritados as pessoas, que tentam descontar nos funcionários.

Os atendentes que são responsáveis pelo cadastro dos pacientes e ficam na recepção das policlínicas são os que estão correndo maior risco.

Segundo a enfermeira Rafaela Oliveira, as agressões são cometidas diariamente. “Está difícil trabalhar, pois estamos sofrendo ameaças e não podemos fazer nada”.

A enfermeira informou que ontem (22) um funcionário do laboratório da policlínica foi agredido por um paciente, que teria jogado o rapaz contra a parede. O homem teria feito também ameaças. “Ele disse que voltaria com gasolina para colocar fogo aqui dentro”. (RB)

 


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