Audiência sobre novo MT Saúde é marcada por clima tenso e conflitos
O conflito de interesses exposto na audiência púbica do MT Saúde, realizada nesta quarta (7) na Assembleia Legislativa, resultou na retirada de pauta na sessão noturna de hoje da mensagem do Executivo que cria o programa de Assistência à Saúde do Servidor Público. Acontece que não há unanimidade nem mesmo entre os servidores quanto ao foco do projeto de lei: a extinção do plano de saúde, com a garantia de subsídios do Governo para contratação de planos particulares.
O clima tenso tomou conta do debate, inclusive, entre deputados. Até mesmo o governista Emanuel Pinheiro (PR), que frequentemente sobe à tribuna para defender Silval Barbosa (PMDB), hoje “alfinetou” a gestão, ao sair em defesa do ex-governador e hoje Blairo Maggi (PR). “Perguntei para o Blairo porque o plano funcionava bem na gestão dele e agora não funciona. Ele disse que o MT Saúde é prioridade de Governo e que tiraria recurso de qualquer outro setor para mantê-lo”.
Representando o Executivo, o secretário de Administração César Zilio, ressaltou que MT Saúde carece de intervenção financeira e afirmou que o Estado precisava encontrar uma solução. “Não vamos extinguir o plano, caberá aos servidores decidirem. Silval não quer ser lembrado como o governador que extinguiu o plano, o que nós queremos é discutir um novo modelo”.
O presidente do Fórum Sindical Gilmar Brunetto se posicionou a favor da mensagem e fez questão de destacar que o decreto defenderá os interesses dos servidores, pois será elaborado em conjunto. Ele também afirmou a todo o momento que a decisão era unânime, balançando um papel com assinaturas, mas acabou contrariado pelos próprios funcionários que subiam a tribuna para se manifestar contra a proposta.
Para o promotor Miguel Slhessarenko, no entanto, não há mais solução para o MT Saúde. “Essa tragédia já era anunciada, pois o Estado demorou demais para tomar uma atitude. Agora é preciso se atentar para o que pode ser feito para que o sistema funcione”. O presidente da Assembleia José Riva (PSD), por sua vez, preferiu ser “diplomático”. O social-democrata declarou que assinará embaixo de qualquer decisão, embora tenha ressaltado que, se for possível fortalecer o plano, não vê motivos para não fazê-lo.
Por mais que o presidente da audiência deputado Dilmar Dal Bosco (DEM) tenha “clamado” pela presença dos parlamentares durante a sessão matutina de hoje, apenas nove dos 24 deputados participaram do debate, sendo eles Emanuel, Riva, Walter Rabelo (PSD), Luciane Bezerra (PSB), José Domingos Fraga (PSD), Ademir Brunetto (PT), Jota Barreto (PR) e o líder do Governo Romoaldo Junior (PMDB).
