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Desafio será desafogar PS


29-10-2012 10:18 - Diário de Cuiabá

 Desafogar o pronto-socorro e “encaixar” os R$ 19,2 milhões gastos anualmente com pacientes do interior no orçamento – que tem previsão de R$ 480,7 milhões para 2013 - serão os dois principais desafios do prefeito eleito no setor da saúde. 

Ex-secretário da pasta, Lamartine Godoy, que hoje comanda a secretaria de Governo, afirma que o principal problema da saúde na Capital é ser referência para o restante do Estado em tratamentos de média e alta complexidade. 

O resultado são centenas de pacientes oriundos de todas as regiões que vêm buscar atendimento na Capital. Os demais municípios mandam suas contrapartidas, mas na maioria das vezes, conforme o secretário, elas não são suficientes. 

“Tem cidade que contrata meio exame por mês e manda cinco ou seis pacientes. O médico de lá diz que o caso é urgente e nós somos obrigados a receber. É a hora que se perde o controle dos gastos”, diz. 

O aumento na quantidade de leitos é uma das soluções, para Lamartine. A construção de um novo pronto-socorro estava nos planos tanto de Lúdio Cabral (PT) quanto de Mauro Mendes (PSB), que disputaram o segundo turno. O secretário avalia, no entanto, que é injusto que Cuiabá arque com mais esta dívida.

“O Ministério da Saúde já reconheceu que, se a região de Cuiabá for isolada, temos leitos para atender todo mundo. Acontece que não há um hospital estadual aqui. Precisa vontade política do Estado para resolver esta questão”, argumenta. 

No final de 2011, governo do Estado e prefeitura chegaram a discutir a possibilidade da gestão do pronto-socorro ser estadualizada. À época, as Organizações Sociais de Saúde (OSS) estavam começando a ser implantadas e uma deles poderia assumir a unidade. O projeto, no entanto, não saiu do papel. 

O Estado alegou que a prefeitura mudou de ideia. Lamartine, por sua vez, garante que o desinteresse foi do governo. “A conta entre orçamento e gastos não bate. Foi por isso que eles não quiseram. No dia seguinte à proposta eu disse que podiam vir buscar a chave”. 

Outro grande gargalo da pasta está nos tratamentos pediátricos e de pacientes com câncer. Para as crianças, faltam Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), são apenas oito que funcionam no Hospital Geral Universitário (HGU). Já as quimio e radioterapias, são extremamente caras. 

Além disso, o relacionamento com os médicos é delicado. Assegurar os profissionais nas Policlínicas e no Programa de Saúde da Família (PSF) é um dos desafios do próximo gestor. A categoria reclama de salários baixos. Lamartine reconhece a dificuldade, mas diz que fez o possível para compensar. 

Entre as medidas adotadas para que a população não saísse prejudicada, terceirizou os tratamentos de neurologia, neurocirurgia, ortopedia e pediatria. O resultado foi a redução da fila de pacientes que esperavam por uma cirurgia ortopédica, por exemplo. Em 2011 haviam 163 pessoas aguardando um procedimento. Hoje são cerca de 40, segundo o secretário. 

“O que me preocupa é que não vi nenhum candidato falar em terceirizar serviços. Ai eu pergunto, o prefeito eleito vai manter a mudança que fizemos? Ou será que um neurocirurgião vai aceitar receber um salário de R$ 2 mil por mês?”, questiona Lamartine. 


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