Os médicos da rede pública de Cuiabá mantém a greve que começou na última segunda-feira (22). Cerca de 700 profissionais aderiram ao movimento, que reivindica principalmente melhores condições de trabalho.
O movimento grevista afeta diretamente o atendimento nas policlínicas e postos de saúde da capital que contarão apenas com a presença de 30% dos profissionais.
Segundo o sindicato da categoria em Mato Grosso (Sindimed/MT), a situação é critica, e faltam produtos básicos para manter o atendimento.
“Não temos a mínima condição de trabalho, faltam papel higiênico, copo descartável, lençóis, comida, material de limpeza, medicamentos, cadeiras e até água para beber”, informou a presidente do Sindimed/MT Elza Queiroz.
Os médicos também pedem reforços na segurança das unidades de saúde. O sindicato afirma que os profissionais têm sido agredidos, verbal e fisicamente, por usuários que se sentem descontentes com o sistema.
“Médicos estão apanhando, sofrendo agressões verbais. Ocorre que o cidadão vai procurar atendimento, as filas são enormes e a estrutura é péssima, eles ficam revoltados e descontam nos médicos. Falta até cadeira em alguns locais, está tudo sucateado”, disse Elza Queiroz.
Em reunião com a categoria, a Secretaria de Saúde de Cuiabá garantiu que no máximo até próxima semana será solucionada a questão da falta de materiais básicos.
O Sindmed garante que até o momento nada foi reposto nas unidades hospitalares. O atendimento só tem sido realizado no Pronto-socorro da capital, em regime de urgência e emergência.
Os médicos da rede pública de Várzea Grande estão em greve há cerca de quatro meses.
Protesto na Assembleia
Médicos da rede municipal de Cuiabá e Várzea Grande e da rede pública do Estado realizaram um ato de protesto, nesta quarta-feira (24), na Assembléia Legislativa de Mato Grosso, contra o que classificam de "descaso" no sistema.
A categoria entregou um abaixo-assinado com 21 mil assinaturas em defesa da votação de leis de iniciativa popular contra algumas medidas adotadas pelo Governo na área da Saúde Pública.
A presidente do Sisma/MT (Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente do Estado), Alzita Ormond, disse que o Governo do Estado tem boicotado o próprio Conselho Estadual.
“Nossas resoluções, aprovadas pelo Pleno do Legislativo, não são homologadas pelo Governo desde julho. A última foi a de número 21 de 2012 e nós já estamos na de número 36”, disse.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com o secretário da pasta, Huark Douglas Correa, mas ele não atendeu as ligações em seu celular. A assessoria informou que ainda não recebeu informações sobre o assunto, e que iria prestar esclarecimentos logo que a demanda fosse discutida.