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Saúde tenta, mas não evita greve


23-10-2012 17:54 - Diário de Cuiabá

 Apesar da tentativa de negociação da Secretaria de Saúde de Cuiabá, os médicos da Capital não recuaram da greve que teve início ontem. Enquanto isso, os de Várzea Grande continuam de braços cruzados. 

Segundo a presidente do sindicato que representa a categoria (Sindimed), Elza Queiroz, os profissionais de Cuiabá entenderam que os prazos apresentados pelo novo secretário de Cuiabá, Huark Douglas Correia, são os mesmos propostos no primeiro acordo coletivo firmado. 

“Há dois meses fizemos uma greve que durou uma semana e terminou com a assinatura de um acordo, que não foi cumprido. Os médicos já deram o voto de confiança, mas o prefeito não fez sua parte”, disse a sindicalista. 

Entre as reivindicações dos médicos está a melhoria das condições de trabalho, a realização de mutirões acabar com as filas por exames e consultas com especialistas, além do pagamento do prêmio saúde, atrasado há dois meses. 

O prêmio é um adicional de 60% aos salários dos médicos. O pagamento, no entanto, é feito com o recurso repassado pelo governo do Estado, montante que não é pago desde agosto, conforme a pasta municipal de Saúde. 

Para a presidente do Sindimed, a solução seria o pagamento de um piso maior. Segundo ela, hoje os profissionais concursados recebem R$ 2,2 mil por uma jornada de 20 horas semanais. Já os contratados, que são maioria, conforme o sindicato, recebem R$ 1,7 mil pelo mesmo tempo de trabalho. 

Embora a greve tenha sido mantida, os profissionais da Capital vão participar da mesa de negociações proposta pela secretaria. A primeira reunião ocorre hoje. 

Entre as propostas que o secretário já fez está solucionar problemas básicos, como falta de água, medicamentos e segurança nas unidades de saúde, num prazo de uma semana; e o pagamento dos dois meses de atraso do prêmio assim que repasse do Estado for realizado. 

“A expectativa do secretário é que isso ocorra ainda hoje”, explica Elza. O montante está bloqueado na conta única do Estado por uma decisão judicial, mas aguarda outra ordem jurídica para ser transferido. Isso porque o governo recorreu alegando que já havia feito os pagamentos. 

Já em Várzea Grande, a greve continua sem solução. Os médicos estão de braços cruzados há quatro meses. Ontem uma audiência de conciliação seria realizada com a prefeitura, mas nenhum representante do município compareceu. 

O secretário municipal de Saúde, Marcos José da Silva, argumentou que precisou priorizar o atendimento ao pedido do Ministério Público, que requereu documentos para contrapor o argumento do Estado sobre a decisão do bloqueio das contas. 

“Foquei minhas atenções em receber esse dinheiro primeiro. Mas isso não significa nenhum tipo de retaliação aos médicos. Vou encaminhar um pedido de desculpas formal ao sindicato”, explica. 

Amanhã os médicos de todo o Estado fazem uma paralisação de um dia. Eles protestam contra os atrasos nos repasses estaduais aos municípios e promovem um ato, em frente à Assembleia Legislativa, contra as Organizações Sociais de Saúde (OSS). 

Na oportunidade, a categoria apresenta ao Legislativo um projeto de iniciativa popular, com 22 mil assinaturas, pedindo o fim das OSSs no Estado. 


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