Após 7 anos, MT deve voltar a fazer transplante de rim

Em Mato Grosso, aproximadamente 2 mil pessoas fazem hemodiálise e estão na fila para transplante de rim. No entanto, o procedimento não é feito no Estado há sete anos e os pacientes renais crônicos precisam se deslocar para outros estados, como São Paulo e Santa Catarina, para realizar o transplante.

Ainda não há previsão para realização desse tipo de transplante no Estado. Porém, ontem a Secretaria de Estado de Saúde (SES) publicou no Diário Oficial (DOE) Resolução da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que autoriza a contratualização do Hospital de Medicina Especializada Santa Rosa para a realização de serviços referentes à captação, retirada de órgãos e transplante renal.

A SES ainda não firmou o contrato com o Santa Rosa, mas o processo para a contratualização do serviço está em fase final, segundo a assessoria de imprensa. “O processo de credenciamento do Hospital Santa Rosa, pelo Ministério da Saúde, ainda não foi concluído. Portanto, não tem data definida para a unidade começar os transplantes”, informou.

De acordo com a resolução, a demanda no Estado para a realização do transplante renal é da ordem de 182 procedimentos ao ano. Em 2015, 139 pacientes com indicação de transplante foram encaminhados, via Tratamento Fora de Domicilio (TFD), para serem acompanhados por outros serviços.

A não realização da cirurgia no Estado faz com que os gastos na saúde pública sejam altos em decorrência do deslocamento dos pacientes, sendo que a manutenção por meio do programa de TFD constitui um impacto financeiro superior a R$ 5 milhões ao ano.

A resolução prevê a prestação de serviços em todas as etapas do processo desde a captação, retirada de órgãos e a realização do procedimento de transplante, bem como etapas de pré-operatório, operatório e pós-operatório, de doadores vivo e falecido.

Também é estabelecido aporte financeiro oriundo da fonte do Tesouro do Estado, em 12 parcelas iguais no valor de R$ 100 mil mensais pelo período de um ano os quais serão repassados ao Santa Rosa para subsidiar as ações relacionadas ao custeio de implantação e manutenção do programa de captação de órgãos e transplante de rim. A reportagem do Diário tentou falar com representantes do hospital, mas não obteve êxito.

O programa de transplante de rim teve inicio no ano de 1999 e esteve atuante até 2009, quando a unidade hospitalar que até então fazia o procedimento não conseguiu obter a renovação do seu processo de autorização devido a problemas com a emissão do alvará sanitário.