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SAÚDE PÚBLICA: O custo da violência


15-03-2016 11:33 - JOANICE DE DEUS

Uma das principais causas de morte no Brasil, a violência sobrecarrega o Sistema Único de Saúde (SUS) e gera um gasto anual de R$ 5,14 bilhões para as três esferas de governo (União, Estado e municípios). Só em Mato Grosso, a área de Segurança Pública consumiu R$ 88,2 milhões do SUS em 2013, com valores atualizados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até dezembro de 2015.

O estudo revela ainda que o custo social dos problemas de segurança pública é muito superior ao registrado no sistema de saúde. No Estado, essa despesa em perda de capital humano, em perda de vidas, foi de R$ 2,9 bilhões em 2013. No país, foi de 128,76 bilhões no mesmo ano.

Dados como estes fazem parte de um estudo inédito feito, a pedido do Banco Mundial, pelo vice-presidente do Conselho de Administração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o sociólogo Renato Sérgio de Lima, que para realizar a comparação deflacionou os valores com base no IPCA dos anos até dezembro do ano passado. O resultado é a representação monetária dos custos à saúde pública gerados por crimes, como homicídios, latrocínios, lesões corporais e acidentes de trânsito, entre outros.

Comparado a outras unidades da federação do Centro-Oeste, Mato Grosso gastou menos apenas que o Estado de Goiás, onde a despesa foi de pouco mais de R$ 219 milhões. No vizinho Mato Grosso do Sul (MS) esse montante atingiu R$ 78,5 mi e, no Distrito Federal (DF), R$ 56,5 milhões.

O relatório mostra que, do valor gasto no país, quase um quarto (24,29%) se concentra no Estado de São Paulo, que aplicou R$ 1,25 bilhão com saúde por conta de problemas na segurança pública. “No país, em apenas 10 anos, de 2004 a 2013, os gastos do setor de saúde com essas causas externas, não relacionadas a doenças ou ao envelhecimento da população, cresceram mais de 130%, saindo de R$ 2,2 bilhões para os atuais R$ 5,4 bilhões”, disse Lima, por meio da assessoria de imprensa.

“E apesar de não haver ainda uma base para calcular esses resultados para 2014 e 2015, nada indica que houve uma redução nesses números. Na verdade, eles tendem a subir”, destacou o sociólogo.

Para Lima, os números indicam uma clara necessidade de se buscar ganhos de eficiência e melhorias na gestão da segurança pública no País. Ele entende também que esse volume de recursos, que poderia ser aplicado em outras áreas, ou mesmo para tratar pessoas doentes, é que as ineficiências no setor de segurança geram um custo tangível em número de vidas.

A reportagem do Diário procurou a Sesp para comentar o assunto, mas não houve um retorno até a tarde de ontem. 


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