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HGU anuncia suspensão de partos do SUS


02-03-2016 10:42 - Soraya Medeiros

Os médicos obstetras do Hospital Geral Universitário (HGU) também irão suspender os partos (cesáreos e normais) a partir do dia 30 de março. A medida é em relação a defasagem da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).

O diretor técnico do HGU, Alexandre Maitelli, informou que a tabela SUS está sem reajuste há 15 anos e que o valor dos partos repassados para os obstetras não é atrativo. "Hoje o SUS paga R$ 127 por parto, e este valor é dividido entre o obstetra e o médico pediatra. Ou seja, a equipe no HGU é composta de 2 médicos obstetras e 1 pediatra, eles ganham em média R$ 42 por cada parto".

Maitelli comunica que 300 partos em média deixarão de ser feitos no hospital. A capacidade do HGU em atender os partos está em 20% da demanda. Além disso, o hospital é referência em gestação de alto risco e má formação de recém-nascidos.

O diretor relata conta que o HGU ainda passa uma complementação monetária para os médicos, porque só o valor pago da tabela, eles não conseguem manter as suas famílias. "Os médicos estudaram para isso, eles precisam se manter também e desta forma que vem sendo feita, muitos estão deixando de trabalhar em hospitais públicos, porque sabem que irão receber com atraso e bem abaixo do mercado de trabalho".

Maitelli conta que o HGU tem 8 leitos pré-partos, 40 leitos de enfermarias, onde são divididos 20 para obstetrícia e 20 para ginecologia. Além disso, tem de 16 a 18 leitos de UTI Neonatal, mas que somente 14 são contratualizados com o município."Nós estamos com 100% dos leitos da UTI Neonatal ocupados, tudo para o SUS, sendo que devíamos atender somente 14, mas, como vamos deixar esses recém-nascidos sem atendimento. O que ultrapassa não é pago pela Prefeitura de Cuiabá, arcamos com mais esta despesa", lamentou.

O diretor técnico informa que o HGU não tem condições de atender as pacientes do Hospital Santa Helena, eles atendem 40% da rede pública de saúde, ou seja, são 750 partos mês. "Aqui em Cuiabá contamos com 3 hospitais públicos, que são o Santa Helena, o HGU e o Júlio Müller. Não temos infraestrutura para atender todas as pacientes em um único local, por isso é dividido o serviço. Agora eu pergunto o que será feito destas pacientes se todos nós fecharmos as portas", questiona.

Maitelli destaca que o HGU atende 95% pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que trabalha no negativo de 20% ao mês, em cima do faturamento. "Estamos com muita dificuldades financeira em manter o hospital, ele é filantrópico, então dependemos do repasse do Governo Federal, Estadual e Municipal". 


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