Em Cuiabá, os proprietários de pelo menos 101 imóveis fechados, abandonados ou com grande quantidade de criadouros do mosquito Aedes aegypti deverão ser autuados pela Secretaria Municipal de Ordem Pública.
A ação vem ao encontro de Medida Provisória (MP) do Governo Federal, publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU), que permite que agentes de saúde forcem a entrada em imóveis públicos ou particulares para destruir focos do mosquito, mesmo quando o dono não for localizado ou o local estiver abandonado.
O texto também prevê que os agentes poderão pedir ajuda à polícia, quando for necessário, para entrar em algum local com suspeita de ter criadouros do Aedes, que transmite dengue, zika e chicungunya. A medida foi assinada pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Saúde, Marcelo Castro.
Todas as 101 moradias estão localizadas na região do Grande Pedra 90. De acordo com o secretário de Ordem Pública, tenente-coronel Eduardo Henrique de Souza, ainda neste mês os responsáveis pelos imóveis em situação de risco deverão participar de um mutirão judicial a ser realizado em parceria com o Juizado do Meio Ambiente. O valor do auto de infração varia entre R$ 750,00 a R$ 1.800,00, conforme o tamanho do terreno.
Segundo Souza, a relação dos imóveis em situação de risco foi repassada somente na semana passada pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), ligado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que em dezembro do ano passado lançou um trabalho de combate ao mosquito na região do Pedra 90, com a meta de visitar 10.200 unidades, entre residências, comércios e terrenos baldios.
À época, o juiz de Direito plantonista da Vara de Civil de Ação Pública e Ação Popular, João Alberto Menna Barreto Duarte, já havia autorizado a Prefeitura Municipal a entrar em imóveis que estivessem fechados.
Na capital, levantamentos realizados em relação ao índice de infestação do mosquito mostram que 80% dos focos registrados na capital estão relacionados aos depósitos de água e lixo doméstico. Porém, entre 15% a 20% dos domicílios encontram-se fechados durante a visita dos agentes de combate a endemias.
REFORÇO – Ontem, a Secretaria Municipal de Saúde intensificou o combate ao Aedes aegypti em pontos estratégicos da capital para o período carnavalesco. A iniciativa visa a diminuir o risco da presença do mosquito e, consequentemente, evitar o aumento do número de casos de dengue, zika e chikungunya.
Com o trabalho, agentes de combate a endemias reforçam as orientações aos moradores e fazem o bloqueio químico no entorno dos locais com grande fluxo de pessoas, a exemplo de universidades, como UFMT, Unic e Unirondon.
Nesses locais é realizado o tratamento em 100% dos reservatórios não removíveis. Ao todo, serão visitados cerca de 510 imóveis.