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304 NOVOS CASOS: Casos de hanseníase preocupam o MT


29-01-2016 12:15 - Soraya Medeiros

No dia 31 de janeiro, comemora-se o “Dia Mundial de Combate à Hanseníase”, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O objetivo é conscientizar a população e reafirmar o compromisso de luta contra a doença nos países endêmicos.

Em Cuiabá cerca de 320 pessoas fazem tratamento para a Hanseníase na rede pública. Em 2015, segundo dados do Programa Municipal, foram diagnosticados na capital 304 novos casos da doença entre adultos, 16 deles na faixa etária dos menores de 15 anos. Desse total, 194 dos casos foram detectados em homens e 120 em mulheres.

Esses novos casos foram detectados na maior parte das vezes por meio de demanda espontânea, exames na coletividade, exames de contato e encaminhamento.

Segundo os técnicos do Programa em Cuiabá, esses números podem ser maiores porque esses dados são parciais já que o fechamento do Banco Oficial de dados ocorre somente no mês de março.

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa e transmitida de uma pessoa doente que não esteja em tratamento para uma pessoa saudável suscetível. Ela tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento não for feito adequadamente já que atinge pele e nervos.

A orientação é que as pessoas procurem o serviço de saúde assim que perceba o aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, principalmente se ela apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento, o paciente para de transmitir a doença quase que imediatamente.

A infectologista Marluce Brandão, informa que todo tratamento da doença, como medicação e fisioterapia estão disponíveis na rede pública na atenção básica e primária.

Marluce destaca que nem toda forma de hanseníase é contagiosa, mesmo que o paciente apresente a forma de contagio, na primeira dose do tratamento, 99% dos bacilos são eliminados e não há mais chances de contaminação, com isso o mesmo já não passa mais a transmitir.

"É uma doença causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae: é um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, mas pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos", explicou a infectologista.

O Brasil está entre os líderes mundiais com casos da doença. Segundo a infectologista, o Ministério da Saúde tinha um planejamento de eliminar a Hanseníase até 2016, mas não conseguiu: "porque o diagnóstico é feito tardiamente, uma vez que o paciente quando procura o posto de saúde ou o dermatologista é muito tarde e ele já contaminou outras pessoas".

Marluce diz que o segundo problema é que o tratamento apesar de ser gratuito é longo, e muitos pacientes não fazem adequadamente. Ela relata que o paciente de Hanseníase precisa tomar o remédio diariamente, ir ao posto de saúde uma vez por mês. A duração varia entre seis meses e dois anos, dependendo da prescrição médica.  


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