Cresce o número de obesos no Brasil

Antes a obesidade e o sobrepeso eram realidade tratada somente nos países ricos, mas hoje se tornou um problema de saúde pública em todas as nações e em todas as classes sociais. O ganho do peso é progressivo e começa com um pacote de salgadinho, depois doces, refrigerantes e uma vida sedentária. No Brasil, é assim que a obesidade vem avançando sobre a população.

De acordo com a nutricionista Laura Toledo, que atende no Hospital Geral Universitário em Cuiabá, a obesidade infantil tem crescido muitos nos últimos anos, tendo como principais fatores o aumento do sedentarismo devido as crianças passarem a maioria do tempo na frente da televisão ou do computador. "É importante que os pais estimulem as crianças a aderirem a outros tipos de brincadeiras, passando menos tempo com os eletrônicos", alertou.

Laura destaca que o consumo dos alimentos ultraprocessados como biscoitos recheados, bebidas açucaradas, salsichas, lasanhas e outros alimentos gordurosos também é um grande fator para o aumento do peso.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta a obesidade como uma das doenças que mais atinge a humanidade. A projeção é que em 2025 cerca de 2,2 milhões de adultos estejam com sobrepeso e mais de 700 milhões, obesos. No Brasil, as projeções são igualmente alarmantes: Mais de 50% da população está acima do peso. Entre as crianças, esse índice é de 15%.

Os cuidados com a alimentação devem começar primeiramente pelos pais. Porque a alimentação dos pais se tornam base dos filhos, se eles não comem verduras, frutas, e não fazem uma refeição balanceada como irão passar isso para os seus filhos.

Por isso, a nutricionista reforça que os cuidados devem começar desde a primeira refeição. "Alguns produtos industrializados como sobremesas lácteas gordurosas, biscoitos “integrais” com muito sódio e gordura, sucos à base de soja e néctares de fruta de caixinha com excesso de açúcar podem parecer nutritivos pela embalagem, enganando o consumidor".

O sobrepeso é estabelecido quando o índice de massa corporal (IMC), relação entre peso e altura, é de 25 até 29,9. A partir de 30 de IMC a pessoa é considerada obesa. O IMC é calculado dividindo o peso pela altura elevada ao quadrado.

Mudando hábitos

Se até meados do século passado 50% das mortes eram provocadas por doenças infecciosas, hoje elas causam apenas 5% dos óbitos. Já as doenças crônicas são causadas principalmente pelo estilo de vida inadequado e são responsáveis por 49% dos 35 milhões de falecimentos desde 2005, segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS. A previsão é de que, em 2030, as doenças crônicas respondam por 70% do total de mortes.

Laura finaliza dizendo que para evitar o excesso de gordura visceral e ser mais saudável não é preciso uma dieta muito restritiva nem abusar de exercícios físicos. Pequenas mudanças na rotina podem melhorar muito não só a saúde como a qualidade de vida.