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SAÚDE: Quase 40% dos bebês já bebem refrigerante


24-08-2015 11:24 - YURI RAMIRES

Em 2013, as crianças com menos de dois anos da região Centro-Oeste eram as que mais consumiam biscoito, bolacha ou bolo, revelou o terceiro volume da Pesquisa Nacional da Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado ontem. A situação é preocupante também no que diz respeito ao consumo de refrigerantes e sucos industrializados.

De acordo com a pesquisa, 65,3% das crianças dessa faixa etária, residentes na região central do país, que contempla Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal, já consumiam esse tipo de alimento.

A média é maior que a nacional. No país, 60,8% das crianças já consomem “besteiras”. Abaixo do Centro-Oeste, veio o Sudeste com 64,3%, o Sul com 60,4%, Nordeste e seus 58,8% e por fim, o Norte, onde 51,9% das crianças consomem bolachas ou bolos.

No que diz respeito ao consumo de refrigerantes e sucos industrializados, as crianças da Região Sul, são as que mais consomem, somando 38,5%. Em seguida vem o Centro-Oeste, com 37,4%, e Sudeste, com 34,2%.

A média brasileira é de 32,3%, deixando apenas o Norte e o Nordeste com resultados iguais e abaixo do número nacional. Estes representam 32,9% e 25,5% respectivamente.

O cenário é preocupante, uma vez que o Ministério da Saúde considera que o aleitamento materno é o mais importante alimento para auxiliar no desenvolvimento das crianças, especialmente nessa idade.

É recomendado que após os seis meses de idade a criança comece a receber alimentos complementares, como sopas e papinhas, mas mantendo a amamentação até os dois anos.

A introdução de outros alimentos é um risco, podendo ocasionar danos à saúde das crianças de forma antecipada. “Isso está relacionado à maior frequência de diarreias, hospitalizações por doenças respiratórias e risco de desnutrição”, explicou o IBGE.

Belisa Assad Albuquerque explica que tenta de todas as formas manter o filho Aaron, de 11 meses, dentro de uma alimentação saudável. “Em casa é mais fácil controlar isso, na rua, quando a gente sai, não”, disse ao DIÁRIO.

Segundo ela, seu menino come apenas bolacha de maisena, nada de recheadas ou de outros sabores doces. “A gente dá frutas e comida. Suco só natural e refrigerante ele nunca tomou”.

Já a mãe da pequena Mariana, de um ano e meio, Roberta Cola, contou que a filha já começou a “seguir o fluxo”. Depois de ver outras crianças comendo esses alimentos, ela passou a pedir sempre.

“A Mariana viu um dia e depois quis, eu tento evitar, mas acabo dando. Eu prezo para que ela não perca nenhuma das alimentações, não deixo que ela se alimente apenas disso”, explicou.

Para Roberta, apesar de estar sempre tomando cuidado com o que Mariana come, é inevitável que ela “caia na tentação”. No entanto, ela segue as orientações do pediatra da pequena.

De acordo com o médico pediatra Antônio Manuel, esses alimentos industrializados são ricos em gordura trans e, por isso, não são indicados a estarem no quadro de alimentação das crianças. No entanto “não há como proibir esse tipo de consumo”, disse.

“O que eu oriento é que a criança precisa de uma alimentação com base em frutas e verduras, mas que se forem consumir produtos desse tipo, que seja de forma moderada e com bom senso”, finalizou o médico.
 


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