Pesquisa vai traçar diagnóstico sobre vítimas de violências e acidentes atendidas nas unidades da Rede SUS

A Coordenadoria de Vigilância às Doenças, Agravos e Eventos Vitais (COVIDA), da Secretaria Municipal de Saúde realizou esta semana, nos dias 19 e 20, na Escola de Saúde Pública, em Cuiabá, capacitação dos servidores das unidades de Urgência e Emergência da Rede SUS que irão atuar na Pesquisa VIVA Inquérito 2015.

O coordenador de Vigilância Epidemiológica em Saúde, Fernão Leme Franco, explicou que a pesquisa é realizada através de parceria do Ministério da Saúde com as capitais dos Estados. "O objetivo é caracterizar as vítimas de violência e acidentes atendidas em serviços sentinela de urgência e emergência do Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) dos municípios selecionados, bem como caracterizar os autores da agressão e descrever os principais tipos de violências e acidentes atendidos nesses serviços de saúde".

A partir dessas informações são construídos os dados oficiais que permitem o monitoramento da mortalidade e internação no Sistema Único de Saúde (SUS). "Assim, é possível conhecer a magnitude e o perfil desses agravos, que demandam cada vez mais os serviços de saúde, principalmente os de urgência e emergência, afim de melhorarmos e garantirmos um atendimento de qualidade à população", destacou o coordenador.

Em Cuiabá a pesquisa será realizada nas unidades de atendimento de urgência e emergência como Hospital Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Morada do Ouro e nas Policlínicas do Verdão, Coxipó, Pedra 90 e Pascol Ramos, durante o mês de setembro, com início dos trabalhos no dia 1º e término no dia 30.

"Com esses resultados será possível realizar o monitoramento das violências e acidentes atendidos nesses serviços, traçando assim o perfil epidemiológico destes agravos no município, para assim subsidiar os gestores na proposta de medidas específicas de vigilância e prevenção das violências e acidentes", explicou a Fernão Leme Fanco

VIVA

O monitoramento das violências para fins de vigilância epidemiológica no Brasil é realizado por meio da análise dos dados da declaração de óbito e da autorização de internação em hospitais públicos, fornecidos, respectivamente, pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), gerenciados pelo Ministério da Saúde, constituindo uma importante ferramenta para o conhecimento da carga das violências no país.

O VIVA foi estruturado em dois componentes, a vigilância contínua de violência doméstica, sexual, e/ou outras violências interpessoais e autoprovocadas e a vigilância sentinela de violências e acidentes em emergências hospitalares.

É uma estratégia útil para detalhar os casos menos graves sobre os quais não existiam dados, pois se refere aos casos que não seriam registrados pelos tradicionais sistemas de informação em saúde do país, além de revelar a violência doméstica e sexual, que ainda permanece velada em nossa sociedade.

O VIVA viabiliza a obtenção de dados e divulgação de informações sobre violências e acidentes, traçando um diagnóstico mais sensível da situação, especialmente de casos não reconhecidos e não incorporados aos sistemas de informações sobre mortalidade e internações, orientando gestores na definição de políticas públicas de assistência e atendimento à população.