Tuberculose assusta
A possibilidade de serem infectados com tuberculose preocupa servidores do Fórum de Cuiabá, onde acontecem audiências com presos que estão em tratamento contra a doença, comum nos presídios de Mato Grosso, como a Penitenciária Central (PCE), onde já houve um surto.
Por lá, funcionários da Justiça confirmam o receio de contaminação e citam o caso de uma juíza que teria contraído a doença e que estaria realizando tratamento fora do Estado. “O medo aumenta ainda mais por conta da falta de ventilação nas salas, que também são pequenas”, disse uma servidora, que preferiu não se identificar.
Porém, a Corregedoria do Tribunal de Justiça (TJ) garantiu que até o momento “não há nenhum caso oficialmente confirmado da doença no Fórum de Cuiabá”. Procurado pela reportagem do Diário, um representante do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado (Sinjusmat) informou também que, até então, não havia recebido denúncia de possíveis casos ou de surto da doença no local.
Ainda assim, o Sinjusmat procuraria marcar uma reunião emergencial com a presidência do TJ para discutir a situação. Também estaria entrando com pedido de concessão de auxílio insalubridade para os funcionários do Fórum.
Por meio da assessoria de imprensa, o Poder Judiciário informou ainda que já havia determinado que os presos que estão em tratamento contra tuberculose, e tivessem que ser ouvidos nos Fóruns da capital e de Várzea Grande, fossem conduzidos com a utilização de máscaras. A determinação deste procedimento foi do juiz da Vara de Execuções Penais, Geraldo Fidelis, e repassada à Secretaria de Justiça do Estado ainda no ano passado.
“Paralelo a este cuidado, o magistrado realizou reunião com a Secretaria de Saúde Municipal e ficou acordado que será condição ao semiaberto que o condenado em tratamento continue demonstrando à Justiça os procedimentos para a total recuperação contra a doença, evitando assim sua disseminação. Preparativos para nova correição estão em fase final de elaboração, na oportunidade todas as medidas serão reforçadas junto aos órgãos competentes”, afiançou.
Conforme a assessoria da Corregedoria, o sistema prisional na Grande Cuiabá conta com cerca de 3.500 presos e menos de 1% foi acometido pela doença, sendo que 37 já estariam em tratamento.
Como medida preventiva, o Tribunal de Justiça informou que está desenvolvendo projeto que, dentre outras melhorias, prevê maior aeração dos ambientes do Fórum de Cuiabá. Na tarde da última segunda-feira (17), por exemplo, o juiz auxiliar da Presidência Aristeu Dias Batista Vilella esteve reunido com o secretário estadual de Saúde para falar sobre as condições de saúde nas unidades penitenciárias.
Já ontem à tarde, a partir das 17 horas, magistrados e servidores do Fórum de Capital participariam de uma palestra sobre a doença. Daí, segundo a assessoria, os motivos dos cartazes sobre a doença estarem afixados pelo prédio.
