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Vistoria revela Adauto Botelho abandonado


12-08-2015 13:03 - MARCELO FERRAZ

Uma vistoria feita pela Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso no Centro Integrado de Assistência Psicossocial Adauto Botelho revelou o que pode ser uma das unidades de saúde mais precárias do Estado. De acordo com a responsável pela área da saúde da Coordenadoria de Ações Comunitárias, defensora Sílvia Maria Ferreira, a vistoria constatou graves problemas de infraestrutura que causam riscos aos pacientes.

Conforme a defensora, a visita teve o intuito de averiguar a estrutura física e o quadro de profissionais do local. Na oportunidade, ela constatou que havia buracos nas paredes, rachaduras, inúmeros vidros e portas quebradas, além da necessidade de contratação de servidores.

“Também não há cama e colchões suficientes, o que, inclusive, impede que o hospital atinja sua capacidade máxima de 70 internos. Tem esgoto a céu aberto e ainda um carro parado há meses por falta de pneus”, pontuou a defensora.

Ainda segundo informações do parecer técnico, as condições sanitárias são alarmantes e não há o devido acondicionamento térmico. “Na ala feminina há apenas um banheiro com chuveiro, este instalado pelos próprios funcionários. No refeitório, que não possui laje e é coberto com telhas de zinco, sempre que chove ocorre infiltração”, relatou.

Outro problema constatado na unidade pela defensora diz respeito à rede elétrica. Inaugurado em 1957, com a última grande reforma realizada na década de 90, a rede é precária e tem sofrido quedas de energia constantemente. “O setor administrativo é insalubre, com problemas nas paredes e pouca iluminação”, reforçou Sílvia Ferreira.

Além disso, a defensora ressaltou que não tem equipe de manutenção, falta material de expediente e de higiene para os pacientes e, principalmente, medicamentos e insumos.

Frente ao constatado na vistoria, Sílvia Ferreira disse que irá oficiar o estado, responsável pela gestão da unidade, e o próprio hospital, para que envie informações complementares. Do mesmo modo, irá estender as visitas às outras seis unidades que integram o Centro Integrado de Assistência Psicossocial.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Saúde informou que ainda não foi notificada pela Defensoria Pública do Estado em relação à vistoria no Adauto Botelho e, por este motivo, não se manifestará sobre o assunto.

Policlínicas da Capital também são reprovadas

Com falta de medicamentos e quadros de profissionais insuficientes, as unidades de saúde da Capital continuam sem a estrutura necessária para atender a população.

Esse foi o parecer de uma constatação feita “in loco” nesta semana pela defensora pública que atua na Coordenadoria de Ações Comunitárias (CAC), Silvia Maria Ferreira.

Ela deu início neste mês às vistorias que serão realizadas em todas as unidades de saúde de Cuiabá. As visitas técnicas estão verificando as condições estruturais das unidades e as dificuldades enfrentadas pelos profissionais.

A primeira foi realizada no Posto de Saúde da Família (PSF) do Bairro Jardim Novo Colorado. A defensora informou que a unidade foi inaugurada em 2004 e, desde então, nunca recebeu obras de reforma, necessitando também de contratação de profissionais, bem como de aquisição de medicamentos.

A defensora informou que, ao longo desta semana, vistoriou também as Policlínicas do Pedra 90 e do Verdão. Em ambas há déficit no quadro de funcionários. Na primeira delas, a defensora revelou que foram exonerados recentemente dois médicos, um clínico-geral e um pediatra, além de uma recepcionista estar de licença maternidade e só existir vigilante para o regime de plantão.

De acordo com Silvia Ferreira, na unidade do Verdão o revestimento das cadeiras está danificado, o alto clave não funciona, fazendo com que os materiais precisem ser esterilizados no Pronto Socorro. “A sala da administração e consultórios possuem mofo nas paredes devido à má instalação do ar-condicionado”, declarou a defensora.

Sobre a Policlínica do Bairro Planalto, a defensora informou que o quadro médico do setor de pronto-atendimento é insuficiente para atender à demanda. “Hoje, existe apenas um clínico-geral e dois pediatras na escala, sendo que o necessário seriam, no mínimo, seis clínicos”, destacou Silvia Maria.

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde informou que ainda está esperando as notificações por parte da Defensoria Pública do Estado.
 


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