(65) 3661-5615 / (65) 3661-5491
Clipping

HANSENÍASE: Brasil é o único país onde doença cresce


11-08-2015 11:04 -

Considerada a doença mais antiga da humanidade, a hanseníase ainda representa um grave problema para a saúde pública brasileira. Único país no mundo a não estar em fase de erradicação da doença, o Brasil não cumprirá a meta da Organização das Nações Unidas (ONU) de eliminar a hanseníase até 2015.

O Estado do Mato Grosso vive situação preocupante e registra o maior coeficiente de prevalência do país para a hanseníase – índice que contabiliza a quantidade de novos casos da doença por cada 100 mil habitantes. Para discutir esta situação e recomendar medidas emergenciais, o embaixador da ONU para eliminação da hanseníase, o japonês Yohei Sasakawa, está no Brasil, em visita aos locais mais preocupantes.

Hoje (11) ele estará em Cuiabá para se reunir com a reitoria da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e representantes da Organização Pan Americana de Saúde (Opas) e do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).

A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente. Como a transmissão da doença é interrompida 48 horas após o início do tratamento, o Brasil teria todas as condições para eliminar a hanseníase. No entanto, o país concentra o maior número de casos da doença em todo o mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o único país que não está em processo de eliminação da hanseníase – uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Para a OMS, “estar em eliminação” significa registrar até 10 casos da doença por cada 100 mil habitantes.

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, em 2014, 31.064 casos novos de hanseníase foram identificados em todo o país, o que corresponde a um coeficiente de prevalência de 15,32 novos casos da doença por cada 100 mil habitantes. Em Mato Grosso, 2.645 novos casos de hanseníase foram identificados em 2014, o que corresponde a um coeficiente de prevalência de 82,03 novos casos por cada 100 mil habitantes, o maior do Brasil.

A reunião com o embaixador da ONU para eliminação da hanseníase é promovida pelo Morhan, entidade brasileira sem fins lucrativos que é referência internacional na área.

LEPROSÁRIOS – No Brasil, até a década de 1980, a lei federal nº 610, de 1949, recomendava o isolamento compulsório dos pacientes com hanseníase em colônias, chamadas à época de leprosários. A mesma lei ordenava a entrega dos bebês de pais com hanseníase à adoção, o que levou à separação de milhares de famílias. Esta situação perdurou até 1986, quando os antigos hospitais colônias foram transformados em hospitais gerais.

Desde 2007 o Governo Federal concede pensão especial às pessoas que foram submetidas ao isolamento compulsório. A indenização prevista pela lei corresponde à pensão vitalícia de um salário mínimo e meio, garantia de fornecimento de próteses e realização de intervenções cirúrgicas e assistência à saúde por meio do SUS. (Com Assessoria)


Deixe Seu Comentário


Links rápidos