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SAÚDE E TECNOLOGIA: Uso excessivo da web pode resultar em doenças graves


10-08-2015 11:12 - JOANICE DE DEUS

Com o avanço tecnológico e as facilidades de acesso, as pessoas estão cada vez mais conectadas à rede mundial de computadores, a internet. Porém, o uso excessivo da web pode resultar em doenças graves, como depressão, o vício em games e a dependência. No Brasil, pesquisas mostram que pelo menos 10% das pessoas que usam computadores no dia-a-dia podem ser consideradas dependentes da internet. Esse percentual aumenta para 20% entre aquelas que têm smartphones.

“O Transtorno de Dependência da Internet (TDI) é um dos mais comuns em pessoas com outros distúrbios, como déficit de atenção, transtorno obsessivo-compulsivo e depressão. O TDI é uma doença e um vício, igual aos vícios de jogar cartas e usar drogas e álcool”, informa a Publisher Maria Augusta Ribeiro, do blog “Belicosa”.

A doença ainda não têm um diagnóstico oficialmente definido. Mas se apresenta a partir do momento em que a pessoa não consegue controlar seu envolvimento com a web e há um aumento do desconforto emocional. Entre os principais sintomas está a preocupação excessiva em permanecer conectado.

“A pessoa se isola (socialmente) por conta da internet”, destaca Maria Augusta. Outros sintomas são deixar que a dependência afete o trabalho, mentir sobre a quantidade de horas em que fica navegando, sensação de angústia, irritabilidade e até quadros de tristeza ou depressão quando não estiver conectado.

O motorista Welson Fernandes da Silva e a atendente Daniela Cássia de Freitas, ambos de 20 anos, afirmam que conseguem controlar o tempo que passam em frente à internet. “Entre um intervalo e outro em que não estou no trabalho, fico umas cinco ou seis horas no WhatsApp, mas acho normal. Não prejudica em nada”, afirma ele. “Também só uso quando necessário e só para conversar com os amigos e familiares”, acrescenta Daniela Freitas.

De acordo com Maria Augusta, outras dessas doenças é a chamada “síndrome do toque fantasma”. Nesse caso, a pessoa tem a sensação de que recebeu uma ligação ou um “whats”, mas quando verifica não há nada. “Isso acontece porque o cérebro modifica a forma como pensamos, e entende que o smartphone toca”, informa. Segundo ela, mais de 70% da população mundial sofre atualmente desse distúrbio.

Outro problema é a denominada “depressão Facebook”, que neste caso ocorre devido à interação social, que deixa de ser física para tornar-se virtual. Pesquisas mostram que a “depressão Facebook” tende a acontecer em pré-adolescentes e em adolescentes que passam várias horas por dia em frente ao computador navegando nas redes sociais. Esses jovens, normalmente com tendência ao isolamento, à ansiedade ou à depressão, buscam uma maneira de interagir com os demais pela internet. Mas, quando isso não acontece, eles acabam se deprimindo.

NÁUSE DIGITAL – Maria Augusta cita ainda a “nomophobia”, que consiste na ansiedade em que o indivíduo sente por estar desconectado. Há ainda a denominada “náusea digital”, considerada a “cyber-doença” que surgiu na década de 90, para descrever a desorientação causada por usuários de realidade virtual. “Tontura, náuseas e dores de cabeça hoje são umas das principais reclamações nos consultórios médicos. Isso porque a quantidade cada vez maior de horas na frente de smartphones, tablets e PCs aumentou”, informou.

O uso excessivo do computador ou internet também pode afetar a pele. “A pessoa pode ter traumas musculares, óticos e também se expor aos efeitos UV da iluminação dos smartphones, podendo causar desde manchas na pele até diagnósticos mais elaborados”, destacou.

Ela lembra também que “cerca de 18% da população mundial com idade entre 9 e 39 anos são de viciados em games online”. Por isso, países como Coreia do Sul implementaram a “Lei da Cinderela”, que bloqueia o acesso à internet por determinado período para evitar o avanço do problema.

No Brasil, pesquisam mostram que o país está terceiro lugar no ranking de usuários ativos na internet, em todo o mundo. Quando o assunto é tempo de acesso, o país lidera a lista: os brasileiros gastam, por mês, 43 horas e 57 minutos navegando na web.
 


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