A correição determinada pela Prefeitura de Cuiabá em todas as unidades de Saúde por conta de uma denúncia sobre suposto esquema na contratação de médicos inicia nesta segunda-feira (27) e deverá seguir por tempo indeterminado. O procurador-geral do Município, Rogério Gallo, declarou que serão analisados documentos e contratos de todos os profissionais que estão atuando na capital, o que deverá levar meses para a que a investigação seja finalizada.
“O que ocorreu foi uma acusação grave e, de imediato, foi determinada a correição no setor da Saúde municipal. Como temos 121 unidades espalhadas na capital, isso levará tempo e não temos um período estabelecido para que a investigação seja concluída”, pontuou.
Ele destaca ainda que a última correição na Saúde foi feita em 2014 pela Procuradoria-Geral e durou cerca de oito meses. Além da análise de documentos, vistorias in loco devem ser feitas nos centros de saúde, policlínicas e pronto-socorro.
A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT), que apontou o suposto esquema na forma de contratação do profissional pela administração municipal para que a carga de 20 horas não seja cumprida nos postos de saúde e clínicas, diante de baixos salários.
A irregularidade, segundo o Sindimed, consistiria em acordo firmado pela prefeitura com o objetivo de conseguir profissionais que aceitem trabalhar com remuneração inferior e expediente reduzido. Diante disso, o prefeito Mauro Mendes determinou que a investigação fosse feita e que a diretoria do Sindicato encaminhe documentos que comprovem o suposto esquema.
A assessoria do Sindimed informou que a diretoria da instituição vai se reunir nesta segunda-feira (27) com a assessoria jurídica para o levantamento dos documentos requeridos pelo Executivo municipal. A denúncia foi feita na última quarta-feira (22).
Greve
No mês de junho, os médicos de Cuiabá deflagraram greve para cobrar melhores condições de trabalho, bem como a contratação de mais profissionais e aumento salarial. A categoria alega que a prefeitura não convocou o número suficiente de médicos aprovados no último concurso público e pede também pagamento do piso nacional, que é de R$ 11,6 mil para 20 horas de trabalho semanal.
Porém, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), decretou a ilegalidade da greve dos médicos e mandou que os servidores retornassem ao trabalho imediatamente.