A Defensoria Pública de Mato Grosso apontou “graves problemas estruturais” no Centro Integrado de Assistência Psicossocial Adauto Botelho. A unidade se encontraria em condições precárias, insalubre e com quadro defasado de funcionários. Para piorar, os danos estruturais estariam colocando em risco servidores e pacientes.
Os poucos trabalhadores da unidade ainda têm que se virar para realizar atendimento sem medicamentos e insumos. Até mesmo o carro do Centro está parado por falta de pneus.
A vistoria foi realizada na última quinta-feira (16), para averiguar a estrutura física e o quadro de profissionais do local.
Segundo a defensora pública responsável pela área da saúde da Coordenadoria de Ações Comunitárias da Defensoria, Silvia Maria Ferreira, a visita foi motivada por relatório encaminhado pelo defensor público que atua no Juizado Especial Criminal de Cuiabá, David Brandão Martins, elaborado com base em vistoria anterior.
Segundo a defensora, a unidade conta com graves problemas de infraestrutura que causam riscos aos pacientes, como buracos nas paredes e diversas rachaduras que comprometem a estrutura. Além disso, foram encontrados inúmeros vidros e portas quebrados e uma necessidade urgente de contratação de profissionais.
Conforme a defensora, a ala feminina só conta com um banheiro com chuveiro, sendo que este foi instalado pelos próprios funcionários. No refeitório, que não possui laje e é coberto com telhas de zinco. “Sempre que chove ocorre infiltração. As condições sanitárias são alarmantes e não há o devido acondicionamento térmico. O setor administrativo é insalubre, com problemas nas paredes e pouca iluminação”.
Segundo a assessoria, a rede elétrica é um problema à parte. Com quase 60 anos de funcionamento, o Adauto Botelho teve uma ultima grande reforma há mais de 20 anos. A vistoria constatou que a rede é precária e tem sofrido quedas de energia constantemente.
O local também não tem uma equipe de manutenção, falta material de expediente e de higiene para os pacientes, além de medicamentos e insumos. “Também não há cama e colchões suficientes, o que, inclusive, impede que o hospital atinja sua capacidade máxima de 70 internos. Tem esgotos a céu aberto e ainda um carro parado há meses por falta de pneu”.
A defensora afirmou que irá oficiar o Estado, responsável pela gestão da unidade, o próprio hospital, para que envie informações complementares, bem como estender as visitas às outras seis unidades que integram o Centro Integrado de Assistência Psicossocial (Ciaps).
A Secretaria de Estado de Saúde informou, por meio da assessoria, que não teve acesso ao relatório e irá se pronunciar somente após ter recebido o documento.