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VÁRZEA GRANDE: Cidade sem remédio


15-07-2015 10:27 - YURI RAMIRES

O ex-prefeito de Várzea Grande cassado em maio deste ano, o médico Wallace Guimarães, negou que em sua gestão tenha ocorrido o vencimento de mais de 390 mil medicamentos armazenados no Centro de Armazenamento e Distribuição de Medicamentos (Cadim).

No entanto, confirmou que, quando assumiu a prefeitura, teve conhecimento de que um grande estoque de medicamentos vencidos vinha se arrastando desde as últimas gestões e que até então nada tinha sido feito para eles serem descartados conforme determina a lei.

“Quando tomei conhecimento disso, não fiquei denunciando, abrimos um procedimento legal para nos desfazer desses medicamentos”, afirmou Wallace ao Diário. “Desafio a atual gestão a provar que a culpa é minha”.

Apesar da afirmação, o médico não explicou os motivos de não ter conseguido realizar o processo de incineração.

O ex-prefeito argumentou ainda que fez permuta com outros municípios para o uso de alguns medicamentos que estavam em grande quantidade. “Pode ser que alguns venham a vencer logo, uma vez que não havia demanda para isso, mas nossa gestão nunca comprou remédio com a data de validade próxima ou inferior a dois anos”, explicou.

Na tarde de ontem, uma denúncia à imprensa da cidade industrial levou a constatação de que 392.649 mil remédios estavam vencidos no depósito do Cadim e que, segundo os denunciantes, foram adquiridos sem nenhum critério de compra.

Dentro os produtos vencidos estão: sondas de nutrição, remédios para recém-nascidos, além de remédios para depressão, bipolaridade e outras enfermidades.

“A denúncia precisa provar que foi em minha gestão que aconteceu isso, precisamos saber o número dos lotes, comparar a data de compra e de validade, não simplesmente partir para o denuncismo”, disse.

Todos os remédios vencidos serão incinerados. Acredita-se, ainda, que alguns medicamentos que vão vencer no começo do próximo ano também serão queimados, uma vez que não há demanda para utilizar tamanha quantidade.

Além disso, uma empresa de fora precisará ser contratada para realizar o serviço, já que nenhuma no Estado realiza a incineração dos produtos.

Em 2012 no município, quase 20 mil remédios e produtos hospitalares foram encontrados vencidos na Secretaria Municipal de Saúde. Desde aquele ano, questionamentos sobre a aquisição “descontrolada” de medicamentos sem consultar o estoque existente eram feitos, mas sem respostas.

Ainda hoje, a Prefeitura de Várzea Grande concederá uma coletiva de imprensa para “esclarecer a situação”, mas já confirmou que, de fato, “há muitos medicamentos vencidos no Centro de Distribuição”.
 


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