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Passadas auditorias,governo foca em ações


06-07-2015 14:56 - GLÁUCIO NOGUEIRA

 Depois de reorganizar a administração nos seis primeiros meses de gestão, o governo de Mato Grosso prepara-se para viver um novo momento. Com o fim das reformas previstas durante o trabalho de transição, o governador Pedro Taques (PDT) lança, a partir desta semana, um conjunto de ações e obras que atingirão a Capital e o interior do Estado, com o Programa Transforma Mato Grosso. A meta, segundo o governador, que nesta entrevista fez um balanço da primeira etapa de sua gestão, é a de garantir o maior número de realizações possível sem comprometer o equilíbrio do orçamento deste ano. Entre as obras, destaca-se o início da implantação do
Complexo Viário da Grande Cuiabá.

Quais foram os primeiros desafios, do ponto de vista da organização, a serem enfrentados pela atual gestão?
Nestes seis meses, todos os secretários tiveram, além da necessidade de pensar o futuro, fazer um acerto de contas com o passado. Fui
eleito com um discurso, e 58% da população entendeu isso, que não poderíamos esquecer o passado, mas não quer dizer que só pensamos no passado. Editamos o Decreto n.º 02, que foi importante para que pudéssemos ajeitar o carro com ele em movimento,
saber o que tinha para pagar, se era certo ou errado, se o bem havia sido realmente entregue. Depois disso veio o Projeto do Bom Pagador, para equacionarmos este problema, porque quem presta o serviço ao Estado precisa e deve receber. O Estado não pode ser um caloteiro. Hoje nós temos, além do que descobrimos todos os dias e todos os dias descobrimos contas sem registo, o controle.

Havia uma queixa por parte dos municípios com relação aos repasses devidos pelo Estado. Qual é a atual situação?
De janeiro a junho buscamos manter todos os repasses legais aos municípios e ao mesmo tempo pagando os atrasados. Veja o caso da Saúde, por exemplo. Pagamos de janeiro a junho, porque sabemos da importância dos municípios resolverem seus problemas e o Estado tem o dever de fazer isso. Ao mesmo tempo fomos pagando o passado e conseguimos nestes seis

meses colocar em dia quase R$ 65
milhões de atrasados.

Falando em Saúde, esta é a principal queixa da população. O que foi feito para melhorar a atual estrutura deste setor?
Além da questão dos repasses, demos início à construção do grande hospital público de Cuiabá que foi nosso compromisso de campanha. Assumi em janeiro, no dia 10 de março assinei um convênio para repassar a cada dois meses R$ 5,6 milhões e agora 
demos início às obras. Fazer tudo isso em seis meses é um resultado positivo da administração. Podemos falar também do Hospital São Benedito. Estamos aguardando agenda da presidente, mas defendo que possamos atender o primeiro paciente já em julho. E não foi só em Cuiabá. Iniciamos a discussão com o Consórcio do Teles Pires para buscarmos uma forma de administrar os hospitais de Sinop e
Sorriso, estamos tratando com o Consórcio de Peixoto de Azevedo e Pontes e Lacerda e, ao resolvermos a questão do Hospital Metropolitano e da UPA de Várzea Gande, uma vez que temos o interesse em ajudar a prefeita Lucimar Campos, vamos desafogar um
pouco o PS que atende o Estado todo. 

Já há uma definição sobre o modelo de gestão da Saúde?

Tenho a impressão que Mato Grosso não terá um único modelo, mas isso precisa ser debatido com a sociedade, com o Conselho Estadual de Saúde e com o deputados. Há a questão dos consórcios, estamos estruturando um projeto para encaminharmos à
Assembleia a criação de uma Empresa Mato-grossense de Administração Hospitalar e temos as Organizações Sociais de Saúde (OSSs), que funcionam quando há um bom contrato de gestão e a fiscalização. Tenho a compreensão de que a Saúde ainda não vai bem, porque ela foi desmontada de 2012 para cá. Não podemos errar.

Outro grande problema é a infraestrutura. O que foi feito nesta primeira etapa?
Demos a ordem de serviço para 56 trechos e lançamos o Pró-estradas, que tem 3 vertentes: construção, reconstrução e manutenção. Estamos trabalhando em Brasília e fomos aos Estados Unidos buscando mais recursos para o modal rodoviário. Aos municípios, repassamos quase R$ 90 milhões do Fethab, sem atrasar nenhum dia. 

E qual a situação das obras de mobilidade da Copa do Mundo? 
O que nós notamos é que todas as obras são de péssima qualidade. Não vou pagar o que eu entendo que não tem a qualidade devida. A CGE está fazendo o levantamento e vamos determinar às empresas que terminem na qualidade do contrato. Até o final do ano, vamos concluir 14 obras, mas nossa preocupação não é só terminar, mas terminar com qualidade. As obras têm defeitos significativos que
precisam ser reparados.

Há outras obras previstas para a Região Metropolitana?
Recentemente, por determinação do TCU foi cancelada a licitação do trecho de Várzea Grande do Rodoanel por problemas sérios no processo licitatório. Vamos retomar isso no que estamos denominando de Complexo Viário de Cuiabá, que é um conjunto de 8 obras que deverão ser lançadas em breve. Estamos projetando isso. 

E quanto à capacidade de Mato Grosso de ser competitivo do ponto de vista econômico?

Precisamos de reestruturação do sistema tributário de Mato Grosso, revendo os incentivos fiscais. Além disso, temos o Investe MT, um
programa de governo para atrair investimentos ao Estado de Mato Grosso. Nessa semana iremos dar uma grande novidade a respeito de um novo investimento de mais de R$ 1 bilhão e isso mostra que o investidor, por mais que exista um cenário de crise, confia na potencialidade de Mato Grosso.

Quais foram as principais ações na Segurança Pública?

Recebemos um Estado com um deficit absurdo de pessoal. No caso dos bombeiros chega a 70%, o que foi reduzido com os que tomaram posse e foram para a Academia. Nossa expectativa é chegar, nesses quatro anos, senão no ideal, o mais perto disso. Estamos adquirindo viaturas de combate ao incêndio, capas e outros equipamentos. Inauguraremos o Corpo de Bombeiros no Distrito Industrial. Na Polícia Civil, estamos interligando as delegacias, realizando reformas, além de reformularmos todos os postos da Polícia Comunitária em Cuiabá e Várzea Grande. Demos posse a 1.062 policiais e chamamos mais para a academia. Alugamos 200 viaturas, adquirimos 1200 pistolas e 3 mil coletes à prova de balas. Isso é uma demonstração de que a Segurança é prioridade e já conseguimos a redução em índices de criminalidade.

Mato Grosso é dono de um dos piores índices na Educação. Como  melhorar isso?
Mato Grosso tem 740 escolas e muitas delas precisam de reforma total. No Distrito de Bom Jardim, há uma inaugurada em 2012 que já não tem  condições. Uma escola mais digna passa por um espaço adequado de ensino. Estamos escolhendo um projeto para atender essa questão da ambiência. Do ponto de vista dos acordos com os servidores, estamos cumprindo e vamos cumprir. Estamos discutindo o ensino ciclado, porque isso tem prejudicado o ensino médio. Isso está sendo discutido no âmbito da Secretaria de Estado de Educação
(Seduc) e se for melhor o ensino seriado, vamos mudar.


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