(65) 3661-5615 / (65) 3661-5491
Clipping

ALCOOLISMO: Mulheres bebem mais


19-06-2015 12:02 - JOANICE DE DEUS

Nos últimos anos, as mulheres que bebem superaram em pelo menos 3% os homens na quantidade de álcool que ingerem. Elas também estão começando a beber cada vez mais cedo. Em contrapartida, enquanto o problema se agrava a cada ano, faltam ações de prevenção e sobram estigmas e dificuldades de tratamento, que só ajudam a aumentar o drama.

“O impacto do vício na vida da mulher é muito abrangente. Além dos estragos causados por ser consumidora do álcool e das drogas, ela se vê também do outro lado, quando se torna a vítima de companheiros e filhos com comportamento violento”, afirmou a presidente da ABPW Cuiabá (Associação de Mulheres de Negócios), terapeuta Sônia Mazetto. No próximo dia 22, no Espaço Cultural Liu Arruda, em Cuiabá, a ABPW realiza o seminário “Mulher no ciclo vicioso – Álcool e drogas”.

Entre os palestrantes do evento, está o consultor especialista em programa de prevenção ao álcool e outras drogas, José Antonio Vieira, que irá abordar o tema “A bebida sedutora – Uma combinação explosiva”. Isso significa que o consumo de álcool em excesso pelas mulheres traz, além do dano para a saúde, outros problemas agregados, como a violência doméstica e infantil, a gravidez precoce ou indesejada e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

COMEÇO AOS 12 – Hoje, conforme Vieira, a experimentação ou primeiro contato com algum tipo de bebida alcoólica tem acontecido por volta dos 12 anos. “A partir dessa experimentação precoce há o abuso logo em seguida”, comentou. O consumo de quatro doses de bebida alcoólica ou mais em duas horas já é caracterizado como abuso (modo de “beber em binge”, que é beber muito em um curto período de tempo, com a intenção de ficar embriagado, resultando em intoxicação imediata e severa.).

Segundo Vieira, os dados têm como base o II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas/2012 (Lenad), realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo foi obtido por meio de entrevistas feitas com uma amostra com 4.607 moradores de 149 municípios brasileiros, sendo 9% deles menores de idade.

A pesquisa mostrou que as mulheres, principalmente, as mais jovens “são a população mais em risco, apresentando maiores índices de aumento no consumo da substância entre os anos de 2006 e 2012 e bebendo de forma mais nociva”.

Nesse período, na região Centro-Oeste, o percentual das mulheres que reconheceram beber regularmente (uma vez por semana ou mais) subiu 70%. Entre os homens, esse crescimento foi de 27%. Já o índice daquelas que bebem em binge aumentou 58%. Entre os homens, foi de 48%.

Enquanto isso, as clínicas e as políticas de tratamento geralmente são direcionadas para os homens. “Hoje, os centros de reabilitação não estão preparados para atender essas mulheres”, informou Mazetto, que durante o evento apresentará uma nova esperança no tratamento contra o alcoolismo. Trata-se da Ibogaina, uma planta trazida da África e estudada cientificamente em Amsterdam e no Brasil. “A Ibogaina tem índice de recuperação (do paciente) de 80%”, afiançou.

CAUSAS - Segundo a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (ABEAD), as mulheres estão imergindo-se nos mais diversos vícios. Hoje, as mulheres ocupam um espaço antes estado somente por homens. Com isto vêm junto também os impactos do happy hour (por exemplo), como inocente confraternização após o expediente de trabalho, além das estratégias criadas pela indústria do álcool, e das propagandas. Afinal, existem bebidas desenhadas especialmente para as mulheres, com embalagem personalizada e sabores para o público feminino. (Com Assessoria)
 


Deixe Seu Comentário


Links rápidos