Servidores do Hospital Universitário Júlio Muller, em Cuiabá, realizaram na manhã de ontem uma caminhada pela Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA) em protesto contra as más condições de trabalho e contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. A manifestação fez parte da paralisação nacional da categoria, que não descarta uma greve geral.
De acordo com a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores (Sintuf) do HUJM e da UFMT, Leia de Souza Oliveira, o movimento contou com a adesão dos 400 técnico-administrativos estatuários do hospital. “A pauta é formada por reivindicações nacional e local. Na nacional, a cobrança é para que o HUJM cumpra o seu papel de ensino e extensão. Com a adesão da empresa hospitalar, o hospital vem se distanciando dessa missão. Hoje, o HUJM está mais preocupado com o cumprimento de metas do que com a qualidade (no atendimento) e a formação”, afirmou.
Conforme Leia Oliveira, entre as reivindicações estão as melhorias das condições de trabalho. Durante o protesto, os servidores queixavam-se da falta de medicamentos e de insumos como gaze, seringa, luvas e máscaras. “A cobrança é por condições dignas de trabalho. Hoje o trabalhador não se sente valorizado”, reforçou.
Por meio da assessoria de imprensa, o HUJM informou que os gestores da unidade se reuniram na tarde da última terça-feira (16) com representantes do Sintuf para discutir a pauta de reivindicações. Durante o encontro, segundo o HUJM, houve o compromisso do sindicato de que a paralisação não prejudicaria o atendimento dos pacientes internados.
A direção informou ainda que o hospital passou a ser administrado pela estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), em janeiro de 2014. Essa mudança, segundo o HUJMM, possibilitou a realização de concurso público para 359 vagas (305 delas ocupadas até junho de 2015), a compra de equipamentos e a reforma na estrutura do prédio. A obra no telhado teve início em 27 de abril passado e está orçada em R$ 2,3 milhões.