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EM DEFESA DO SUS: Servidores Públicos da Saúde realizam ato histórico em MT


03-06-2015 17:09 -

Os trabalhadores do SUS de Mato Grosso realizaram nesta terça feira, 02 de junho, manifestação contra o caos instalado na Saúde Estadual. A paralisação de 24 horas teve adesão de todos os trabalhadores do SUS em MT, fato este inédito para a categoria que até então realizavam manifestações segmentadas, feitas por trabalhadores de unidades específicas, como no caso do abraço ao MT Hemocentro, movimento do Ciaps Adauto Botelho, e ainda contra a terceirização do SAMU.

Ao todo mais de mil pessoas se reuniram na praça Alencastro, região central da Capital para reivindicar melhores condições de trabalho e atendimento a população mato-grossense. O indicativo de greve foi aprovado pela categoria nas Assembleias Gerais Descentralizadas ocorridas no dia 21 de maio, e reafirmada durante o I Congresso do Trabalhador do SUS da SES/MT, evento macro que possibilitou aos servidores uma análise crítica e construtiva a cerca do SUS. O congresso foi realizado no período de 26 a 29 de maio, em Cuiabá.

Os trabalhadores do SUS em todo Estado realizaram protestos, a adesão foi de 100% dos Escritórios e Hospitais Regionais de Saúde. De forma organizada e consciente os manifestantes realizaram panfletagens e rodas de conversas com a população sobre a atual situação das unidades e da necessidade urgente de melhorias de infraestrutura, aquisição de insumos e medicamentos.

“O trabalhador da Saúde está sofrendo com o sofrimento da população que busca atendimento em nossas unidades e não conseguem ser atendidos por fatores inerentes a nossa vontade. Nossa força de trabalho é altamente especializada, mas faltam condições dignas para prestar atendimento”, afirmou o presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde, Oscarlino Alves.

Na Capital os atendimentos considerados essenciais foram mantidos parcialmente nas unidades do Ciaps Adauto Botelho, Cermac, MT Laboratório e MT Hemocentro. E os serviços de urgência e emergência funcionaram de forma precária como normalmente vem ocorrendo. Porém, os trabalhos administrativos realizados no prédio central da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e nos 16 Escritórios Regionais foram totalmente paralisados, aderindo a mobilização em prol da Saúde Pública. Nos Hospitais Regionais foi feita operação tartaruga, mantendo os serviços de urgência e emergência.

Em Cuiabá muitos usuários dos serviços do SUS se engajaram na luta pelo Sistema Público de Saúde e parabenizaram os trabalhadores pela iniciativa. Entoando palavras de ordem os militantes do SUS caminharam pelas principais ruas do centro da capital, onde a população mais uma vez mostrou apoio a causa. Após a caminhada os trabalhadores decidiram por continuar a manifestação no período vespertino no Palácio Paiaguás.

Às 14hs os trabalhadores se juntaram para continuar a mobilização. Em caminhada, distribuindo panfletos e com faixas alusivas a manifestação o grupo seguiu para Assembleia Legislativa, onde foram prontamente recebidos pelo presidente da Casa,Guilherme Maluf que convidou também um grupo de deputados para participar da reunião.

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O grupo de 14 servidores, entre representantes do Sindicato, Controle Social e Trabalhadores de diversas unidades da SES foi atendido pelos parlamentares. Cada trabalhador apresentou a situação da unidade de saúde que é lotado, e que carecem basicamente sofrem com os mesmos problemas: falta de recursos humanos, insumos, medicamentos, material de expediente, mobiliário defeituoso, unidades com problemas de infiltração, mofo, estrutura física comprometida e sem reformas há décadas, e falta inclusive de materiais básicos de limpeza e assepsia aos trabalhadores que lidam com o atendimento ao paciente.

Mais uma vez, mostrando desconhecimento e total falta de vontade com os trabalhadores do SUS o líder do governo na AL, Wilson Santos taxou como irresponsável a manifestação dos trabalhadores. Disse ainda que irá trabalhar contra o Projeto de Lei de Iniciativa Popular que visa a retirada das Organizações Sociais (OS) da gestão da Saúde. Seu discurso soou em muitos momentos como nítida forma de ameaça à ação legítima dos trabalhadores em buscar condições dignas para atender os pacientes do SUS. Fica evidente também que as promessas de campanha, pela retirada das OS’s da gestão eram apenas promessas, uma vez que a permanência das “OSS” é comprovadamente letal ao erário público e a carreira do SUS Estadual.

Do encontro ficou encaminhado que a AL irá intermediar e defender junto ao Executivo Estadual a realização do concurso público da Saúde, após 13 anos e que o Sindicato irá confeccionar um documento para envio à Casa de Leis contendo as fundamentações que embasam a necessidade do concurso público.

Maluf lembrou que a Casa de Leis sempre está aberta a qualquer manifestação pacífica, que é um direito do cidadão. “Recebemos a comissão dos servidores da Saúde do Estado, que nos trouxeram uma pauta de reivindicações, que é muito justa. Inclusive, não consta na pauta e não foi abordada a questão salarial e sim condições de trabalho, especialmente aos serviços ofertados no Cridac, Ceope, Cermac, MT Laboratório, MT Hemocentro e Hospitais Regionais, além da qualidade na prestação de serviço”, disse o parlamentar.

O líder do governo na Assembleia disse que levará o assunto ao governo, e pediu um prazo para até o fim do mês, para responder sobre o concurso público.

Oscarlino informou ainda que o concurso pode ser realizado em diversas modalidades, em virtude já da deficiência de mão de obra. “Temos 700 profissionais da saúde que estão para ser aposentados, então precisamos do concurso e queremos entender que a saúde será tratada como prioridade. Queremos nesse ciclo renovatório, o concurso e já as condições para entregar a saúde digna à população.

A insatisfação é com a situação precária de trabalho e precisamos de ações”, afirmou o presidente do Sisma.
Participaram da reunião com os servidores os deputados Ondanir Bortolini (PR), o Nininho, Dilmar Dal Bosco (DEM), Max Russi (PSB), Leonardo Albuquerque (PDT), Saturnino Masson (PSDB), Wancley Carvalho (PV), Baiano Filho (PMDB), Janaina Riva (PSD), Mauro Savi (PR) e José Carlos do Pátio (SDD).

Pela classe trabalhadora participaram os servidores Assis e Solanyara – Escola de Saúde Pública (ESP), Veline – Ciaps Adauto Botelho, Fabiana – Coordenadoria de Transplantes, Daniele – Cermac, Fernanda – Ceope, Mesquita – Samu, Vilma – Cridac, Marciano – Complexo Regulador, Elen e Mário Lúcio – Nível Central e Otto – MT Hemocentro. Além dos diretores do Sisma Edna Marlene [que é ex ouvidora do CES/MT], Vinicius e os advogados Ana Lúcia Ricarte e Bruno Álvares que compõe a Assessoria Jurídica do Sindicato.

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PRONUNCIAMENTO DO SECRETÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE

Outro fato que causou estranheza aos manifestantes foi o pronunciamento do secretário de Saúde, Marco Bertúlio que qualificou a manifestação como inadequada e impertinente. Alegou ainda que como servidor de carreira não se recorda dos servidores terem se manifestado dessa forma. Porém confirma que as condições de trabalho na Saúde são precárias, e que pelo menos 7 ações civis públicas tramitam reivindicando estas adequações nos prédios da SES nível Central e unidades administrativas. (Clique AQUI e assista o vídeo)

A Diretoria do Sisma entende o fato do servidor da Saúde, Marco Bertulio não se recordar das manifestações, afinal, o mesmo não é filiado ao Sindicato, ficou por um tempo cedido à Secretaria de Saúde de Cuiabá (2008 e 2009 – Diário Oficial do Estado Anexo), e também esteve dispensado dos serviços para qualificação. Outro fato levantado pela diretoria é que anteriormente os trabalhadores reivindicavam condições de trabalho de forma fragmentada, cada unidade fazia separadamente suas manifestações.

O presidente do Sisma destaca ainda que desde a posse desta diretoria, ocorrida em 07 de novembro de 2014, a mesma busca promover de forma democrática as discussões e encaminhamentos. Buscando a união da categoria e tomando decisões de forma coletiva, responsável e consciente. "O Sisma tomou as providências cabíveis fruto de decisões das Assembleias Gerais dos dias 21 e 29 de maio. Continuaremos escutando a decisão vinda de nossa base", afirma Oscarlino

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