Detran rejeita proposta do Governo e não descarta greve geral

A presidente do Sindicato dos Servidores do Detran (Sinetran), Daiane Renner, criticou a proposta apresentada pelo secretário de Gestão, Júlio Cézar Modesto, para o pagamento da reposição inflacionária salarial (Revisão Geral Anual), de 2014, do funcionalismo público estadual.

O secretário propôs novamente o pagamento da reposição, que neste ano é de 6,22%, de modo parcelado. O primeiro pagamento ocorrerá já na folha do mês de maio. Já o pagamento da segunda parcela será feita somente em novembro deste ano.

Ainda na proposta apresentada pelo secretário, o retroativo referente à correção inflacionária do período entre maio e novembro será pago em janeiro de 2016.

“O Governo insiste no pagamento de apenas a metade do Índice Nacional de Preços ao Consumidor no mês de maio, que é a nossa data-base. E propôs o restante do nosso pagamento apenas no mês de novembro de 2015”, disse a sindicalista.

“A categoria já tinha uma assembleia marcada para esta terça-feira, no final da tarde. Então, iremos avaliar coletivamente e tomar as devidas deliberações”, afirmou.

Segundo Daiane Renner, ao parcelar o pagamento, o Governo descumpre a legislação. Ela não descarta que o Sinetran e pelo menos outros quatro sindicatos deflagrem greve nos próximos dias.

“A categoria já se posicionou, desde o primeiro momento, na reunião com o governador, e reivindica o cumprimento da legislação que exige a recomposição integral das perdas inflacionárias ainda no mês de maio. Então, buscamos o pagamento de modo integral”, disse.

Reuniões

O secretário de gestão, Júlio Modesto, participou de duas reuniões, na manhã desta segunda-feira (25).

A primeira foi com 21 dos 26, sindicatos dos servidores do Estado. Eles eram representados pelo Fórum Sindical.

A pedido dos líderes do Fórum, a primeira reunião ocorreu apenas com os sindicatos que frequentam os encontros dos servidores sindicalizados.

Em seguida, Modesto se encontrou com os sindicatos excluídos da primeira reunião. Participaram deste segundo encontro o Sinetran e os sindicados da Universidade do Estado de Mato Grosso (Adulnemat), da Secretaria de Infraestrutura (Sindsinfra), da Procuradoria-Geral do Estado (Asproger) e do Desenvolvimento Econômico e Social (Sindes).

No entanto, a proposta para ambos os grupos foi a mesma.

“A proposta tem que ser igual para todo Executivo. Ela é isonômica para todo servidor. Não tem diferença, nem vantagem para nenhuma categoria”, afirmou o secretário.

Temor

O principal temor destas cinco categorias é que haja brecha para que o governador Pedro Taques (PDT) parcele em mais vezes a reposição dos próximos anos, quando a previsão é de que a inflação ficará maior que a de 2014.

“Esse desencontro dos sindicatos, em que parte foi impedida de participar da primeira reunião, é favorável para o Governo. Precisamos juntar os cacos que ficaram, nos reunir com o Fórum e explicar que no futuro esse parcelamento pode ser pior”, disse uma sindicalista, que não quis se identificar.

A assembleia do Sinetran, que irá levar a proposta de Modesto aos servidores, ocorre na tarde desta terça-feira (26). Já as outras categorias irão se encontrar ao longo desta e da próxima semana.