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AUMENTO DA DISCÓRDIA: Deputado usa Constituição por reajuste; líder detona base de Silval


20-05-2015 14:24 - GILSON NASSER

A posição do Governo do Estado em conceder apenas 3,11% da reposição inflacionária aos servidores públicos foi o centro da sessão desta quarta-feira na Assembleia Legislativa. O deputado Emanuel Pinheiro (PR) e o líder do Governo, Wilson Santos (PSDB), travaram as principais discussões.

Pinheiro, que tem sido o principal crítico da gestão Pedro Taques (PDT), disse que o governador está descumprindo a Constituição Federal ao não garantir o reajuste com base no índice do INPC, que é de 6,22%. “Ele não pode dizer quando vai cumprir a recomposição de forma integral. 6% significa cerca de R$ 150 para alguns. Pode ser pouco para nós, mas para o servidor significa muito”, assinalou.

Já o líder do Governo garantiu que a integralidade da reposição inflacionária será concedida até o final do ano. Disse ainda que os servidores podem auxiliar o Governo atuando pelo aumento da arrecadação. “Os servidores acham que quem toca a arrecadação é o 1º ou 2º escalão, mas na verdade é do terceiro para baixo, que enfrenta sol e chuva para aumentar a arrecadação e garantir aumento salarial justo e os investimentos para o povo”.

Wilson culpou ainda o Governo Federal pela crise na economia e disse que outros Estados, como Bahia, Rio Grande do Sul e Goiás, não devem aplicar o reajuste.

Além disso, criticou a gestão de Silval Barbosa (PMDB) pelo caos econômico e financeiro do Estado. “O Governo passado pagou R$ 8,2 bilhões em salários e aplicou apenas R$ 2 bilhões em investimentos”, colocou.

Emanuel Pinheiro voltou a tribuna e disse que o não cumprimento da Constituição Federal pode comprometer o desempenho e a credibilidade do Governo com servidor público. “Quero dizer ao líder do Governo que não tem como defender o indefensável. O governador é legalista e sabe que tem que pagar. Não é esmola, benefício ou benevolência. É obrigação do Governo pagar integralmente a recomposição salarial dos servidores públicos”, completou.

Além disso, o republicano criticou a forma como o Governo tem agido para quitar compromissos com servidores e fornecedores do Estado. “Está se estabelecendo a política do parcelamento neste governo”, disparou.

Wilson saiu novamente em defesa do Governo e citou que a atual gestão herdou R$ 1 bilhão em restos a pagar, furo de R$ 1,7 bilhão no Orçamento e dívida dolarizada com bancos internacionais. “Foi esse Estado pesado, grande, um elefante que eles nos entregaram”, assinalou.

O tucano criticou ainda a legislatura anterior, que aprovou projetos inconstitucionais enviados pelo Governo. Ele citou, como exemplo, a proposta que aumentava salários de servidores para cargos em nível médio que apresentavam diplomas de nível superior. “Isso fere de morte a Constituição de 1988, mas foi aprovado aqui. Mentiram para o servidor, foi um governo populista, proselitista”, frisou.

O parlamentar colocou ainda que, além do reajuste aos servidores, o Governo tem o compromisso com a população, que necessita dos serviços públicos. “E o cidadão de Rondolândia, que merece atenção do Estado, neste governo terá”, colocou.

Em nova fala, Pinheiro falou que além da questão salarial, alguns servidores reclamam que falta até café e papel nas sedes das secretarias. Ele criticou ainda a postura do Governo em se reunir e quererem impor a proposta feita as categorias. “Servidores se dizem constrangidos e amedrontados em ter que falar a verdade ao governador”, declarou.

Ele disse ainda que a atitude contrapõe o discurso de mudança, pregado pelo governador na campanha eleitoral e no início da gestão. “Estão querendo transformar Mato Grosso na chibatada, no chicote, na imposição”, frisou.

Ele criticou a atitude do Governo de apenas “jogar pedra” no passado e pouco tem apresentado de efetivo ao cidadão. “Daqui a pouco, a culpa é de Miguel Sutil e Pascoal Moreira Cabral, que fundou Cuiabá”, ironizou. 


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