Ato público marca o Dia da Luta Antimanicomial

Na próxima segunda-feira (18) em Cuiabá terá o Ato Político da Luta Antimanicomial marcado para ocorrer a partir das 8h, na Praça da República, na Rua 13 de Junho, Centro da Capital. A realização é do Conselho Regional de Psicologia de Mato Grosso (CRP-18MT) e outras entidades e movimentos ligados à saúde mental discutirão o tema com a população. O objetivo do ato é promover o debate sobre a melhor forma de atendimento das pessoas que apresentam intenso sofrimento psíquico em vez de apenas interná-los em manicômios.

A iniciativa visa também cobrar a implantação do Plano de Diretrizes da Saúde Mental em Cuiabá, que apesar de já ter sido aprovado em 2014 ainda não está em funcionamento nas unidades de saúde.

Professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e integrante do Coletivo de Saúde Mental, Vanessa Clementino Furtado, é uma das organizadoras do evento. Ela conta que assim como ocorre todos os anos, o ato busca dar visibilidade ao cenário da saúde mental em Mato Grosso.

De acordo com Vanessa é preciso mais investimentos para obter maior eficiência, por exemplo, na atenção às pessoas que fazem uso abusivo de drogas e aquelas com sofrimento psíquico. "Veja o Adauto Botelho, por exemplo, que continua recebendo pacientes por ser a única unidade de atendimento e internação dessas pessoas. Porém, sabemos que lá há diversas deficiências, como a estrutura física, atrasos salariais, etc. Não são todos os pacientes indicados à internação, há outras formas de tratamento também. É preciso investir na aplicação da reforma psiquiátrica".

Conselheiro do CRP18-MT, Luiz Guilherme Araújo Gomes, destaca a atuação de políticas públicas voltadas para o setor psiquiátrico. Ele ainda faz uma crítica aos investimentos públicos em comunidades terapêuticas, ao invés do repasse de recursos para unidades de atendimento como os Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). "A maioria dessas comunidades são particulares. O correto seria o investimento em políticas públicas e as unidades do CAPS estão inseridas nisso". (Com assessoria)