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MT Saúde só volta a atender após quitação de dívida de R$ 40 mi; SAD dá prazo de 70 dias


26-09-2012 15:08 - Olhar Direto

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso, José Ricardo de Mello, garantiu que os atendimentos do MT Saúde continuaram completamente parados enquanto o governo do Estado não fizer o repasse das verbas atrasadas. De acordo com a assessoria da Secretaria de Administração (SAD), no entanto, o prazo estipulado para a quitação dos débitos é de 70 dias.

O sindicato e a SAD discordam, no entanto, em relação ao tamanho da dívida. De acordo com os cálculos do governo, o Estado deixou de repassar R$ 32 milhões, produto da soma da falta de repasses para manutenção do plano com o atraso na quitação das parcelas da dívida de R$ 39 milhões.

José Ricardo Mello garante por sua vez que a dívida pode ultrapassar a marca de R$ 40 milhões. Além do atraso de três parcelas da dívida e da falta de repasse mensal, o sindicalista argumenta que existe um ‘vácuo’ de responsabilidade sobre um período de atividade do plano. 

“O plano de saúde até 20 de março tinha contrato com o governo com o Samaritano. O governo contratou a São Francisco no dia 10 de abril. Entre os doa 20 de março e 10 de abril as contas não ficaram nem com o MT Saúde nem com para a firma anterior, ficou um vácuo ali. Pessoas foram internadas, atendidas nesse período e não sabemos para quem mandamos a conta e nós queremos esse entendimento”, afirma. 

Para o sindicato, cerca de R$ 3 milhões deixaram de ser repassados neste intervalo administrativo. A SAD, no entanto, declara que irá auditar os gastos destes dias para antes de quitar os débitos. 

Entenda o caso 

O governo começou a atrasar os repasses ao MT Saúde em setembro do último ano. Em março, o Estado admitiu a dívida de R$ 39 milhões e fez um parcelamento em sete vezes. As três últimas partes não foram pagas. “O governo contratou uma empresa que é a São Francisco que vem regularmente cumprindo com as nossas obrigações e em setembro [deste ano] ela não conseguiu nos repassar por que não houve repasse do governo, nós ficamos sem repasse da São Francisco e ficamos sem repasse nos três meses das últimas prestações com isso inviabilizou o sistema”, explica José Ricardo. 

“Impacto disso é um furo por volta de R$ 40 Milhões”, declara. “Houve a paralisação do atendimento, estamos fazendo apenas urgência e emergência, mas houve uma paralisação dos atendimentos para as áreas eletivas até a gente achar um entendimento disso. Nós tentamos varas vezes a negociação, nós não tivemos respostas, o governo falou que não tem orçamento para pagar. Se não tem orçamento daquilo que foi assinado, eu não tenho como continuar o atendimento até para estancar uma hemorragia que está tendo no nossos hospitais”, argumenta 

Impacto nos hospitais e nos atendimentos 

“Acredito que em algumas instituições o MT Saúde é responsável por 20 a 30% dos atendimentos e isso é um valor expressivo. É o segundo maior convênio depois da Unimed e com essa desorganização que houve, inviabilizou o sistema. A rede pediu e vamos parar e aguardar uma resposta”, esclarece o presidente do sindicato.

José Ricardo estima que os atendimento diários do MT Saúde orbitavam entre 500 e 600 diários, o que não está mais sendo feito além do emergencial. “Chamamos os servidores para comunicar porque nós não estamos atendendo. Não é que não gostamos de servidor, a questão é a sobrevivência das instituições de Saúde”, afirma. 

“O doente é caro. Para ser atendido precisa de remédio, roupa lavada, comida, precisa de enfermagem e o que está acontecendo: como o MT Saúde é dentro da cidade do estado de Mato Grosso o segundo maior convênio isso dá um impacto muito grande para a rede”, finaliza. 


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