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MT Saúde - Tratamento fora de Mato Grosso


21-09-2012 15:36 - Diário de Cuiabá

Hospitais mato-grossenses recusam pacientes do plano e casos graves estão sendo encaminhados para fora do Estado

A São Francisco Saúde, operadora do MT Saúde, tem enviado pacientes para realizar cirurgias e procedimentos médicos em hospitais fora do Estado porque as unidades de saúde da Capital se recusam a atender os pacientes do plano. A afirmação é do presidente do Sindicato dos Servidores da Empaer e um dos coordenadores do Fórum Sindical em Mato Grosso, Gilmar Brunetto. 

A medida estaria sendo adotada desde que o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Mato Grosso (Sindessmat) anunciou o corte no atendimento aos conveniados do plano. Ao todo, mais de 300 instituições - entre clínicas, hospitais e laboratórios - deixaram de atender os servidores porque o governo do Estado atrasou três parcelas do acordo firmado em abril. A dívida é de R$ 18 milhões. 

Por meio da assessoria de imprensa, a São Francisco afirmou que a prática não tem relação com o débito. A operadora afirma que a transferência de pacientes é feita desde o início da sua atuação no MT Saúde porque os preços de cirurgias praticados em Mato Grosso são superiores aos de hospitais de São Paulo. 

A empresa afirmou ainda que tem intercedido pelos conveniados do MT Saúde junto aos hospitais para garantir os atendimentos de urgência e emergência. Marimar Michels, no entanto, conta que precisou recorrer ao próprio gerente nacional da São Francisco Saúde, André Nardin, para conseguir vaga para seu marido, o jornalista André Michels, que sofreu acidente de carro na noite desta quarta-feira. 

“Foi com muito esforço que conseguimos, mas nesse tempo eu já tinha emitido cheques e pago as primeiras consultas. Queriam me cobrar R$ 3 mil”, conta Marimar. 

Ontem, a Secretaria de Estado de Administração (SAD) lançou uma convocação a empresas interessadas em oferecer planos de assistência médica e odontológica aos servidores do Estado. Conforme assessoria da pasta, a medida visa oferecer uma alternativa aos funcionários, mas não tem relação com a crise enfrentada pelo MT Saúde. 

A opção, segundo a secretaria, seria direcionada àqueles servidores que consideram que os valores cobrados pelo convênio atual incompatíveis com seus subsídios. Os adeptos do MT Saúde têm 6% de seus salários descontados em folha de pagamento. 

Sobre os atrasos nos repasses, a SAD afirma que o Estado se comprometeu a fazer os pagamentos, ainda hoje, das parcelas que deve à São Francisco, referentes aos procedimentos médicos realizados nos meses de julho e agosto. O valor não foi divulgado. 

Já as três parcelas do acordo firmado diretamente com as clínicas, hospitais e laboratórios só devem ser quitadas na semana que vem. A pasta afirmou que o Estado ainda não tem previsão se os R$ 18 milhões serão pagos integralmente ou não. 

Servidores estaduais já planejam manifestações na sede da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e do Palácio Paiaguás para pressionar o governo. Na próxima segunda-feira, o Fórum Sindical espera começar a discutir com a Assembleia Legislativa o projeto de lei que vai regulamentar o novo modelo de gestão do MT Saúde. “Vamos fazer de tudo para isso ser votado o mais rápido possível”, diz Brunetto. 

A solução definitiva para o problema do MT Saúde - o novo modelo de gestão cobrado pelos sindicatos dos servidores estaduais -, no entanto, só deve começar a ser trabalhada em outubro, quando o contrato emergencial com a São Francisco vence e o Estado planeja lançar um novo edital de contratação.


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