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EDITORIAL: Queremos o fim da corrupção


17-03-2015 13:32 -

Milhares de pessoas saíram de casa no último domingo para mandar um recado aos gestores públicos: não queremos mais a corrupção. As manifestações ocorreram em todos os cantos do país. Somente em Cuiabá foram mais de 25 mil pessoas que de forma ordeira e pacífica tomaram o centro da cidade. O movimento foi composto por representantes de vários segmentos, entre eles a Maçonaria e a OAB-MT.

Dizer que estamos fartos de todas as notícias sobre os desvios de verbas públicas em benefício de um seleto grupo chega a ser desnecessário. Afinal de contas, o bem coletivo deveria sempre se sobrepor aos interesses individuais. No entanto, o que se percebe é uma inversão de valores. E a razão, infelizmente, é cultural.

Não adianta o cidadão pintar o rosto de verde e amarelo, vestir a camiseta canarinho, empunhar cartazes e entoar gritos de ordem se o dia a dia for repleto de pequenos atos corruptos. Mas o que é corrupção afinal? Ser corrupto consiste em subornar um policial para não ser multado, falsificar carteira de estudante para pagar meia entrada em shows e no cinema, sonegar impostos, furar fila, comprar a carteira de motorista, resumindo é o famoso "jeitinho brasileiro", é tirar vantagem de algo que prejudicará uma segunda pessoa.

Para mudar o todo precisamos em primeiro lugar mudar a nós mesmos. Não se pode generalizar, uma vez que o comportamento acima descrito não se aplica a todo brasileiro, mas grande parte da população vez ou outra já se comportou de tal maneira. Por isso é preciso inculcar em crianças os princípios éticos e morais que devem nortear a vida de todo cidadão. O processo é lento e a longo prazo, mas se faz necessário ser adotado o quanto antes.

Além disso, é preciso acabar com a sensação de impunidade que envolve os casos de corrupção. Corruptos e corruptores devem ser penalizados com a máxima rigidez para que não voltem a cometer atos desta natureza. O caminho a percorrer ainda é extenso, mas algumas mudanças começam a ser percebidas. O simples fato de o cidadão se mobilizar e tomar as ruas com protestos já é um sinal disso.

Pode-se citar também a aprovação da Lei Anticorrupção. Embora ainda carente de regulamentação por parte do governo federal, a legislação permite a penalização de empresas, mesmo que seja identificada a participação de um único funcionário em atos de corrupção. O Estado, incapacitado de fiscalizar da maneira como deve as negociações, delega a responsabilidade também à iniciativa privada. É a multiplicação dos "olhos fiscalizadores" na tentativa de dificultar as negociações ilícitas e assim "derrubar" os casos de corrupção. 


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