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ARTIGO: Desconstruindo candidatos


10-09-2014 13:15 - JOÃO EDISOM

Os programas eleitorais gratuitos que passam no rádio e na TV tem apresentado de forma pífia o “produto candidato”. A estética e imagens com tecnologias avançadas dão show, mas fora isto o que assistimos faz parte de uma imensa mesmice acumulada ao longo de tantas outras campanhas.
Melhorar não é proposta e afinal quem apenas quer melhorar jamais ira solucionar. Por isso o foco tem sido desconstruir os adversários e isso já está insuportável. A falta de projetos e de propostas faz o marketing apelar para a agressividade contra principalmente aqueles que lideram pesquisa.

Mesmo candidaturas majoritárias, como presidente da República, em que o tempo é maior e caberia um discurso melhor elaborado e apresentação de propostas, o que estamos assistindo são jogos de imagens acompanhados de jingles chicletes que parecem mais baladas de fim de semana que algo cativante.

A falta de debates com temas que realmente interessam, coisas importantes como as reformas sempre prometidas, discussões acerca do controle de natalidade, saúde, energia, falta de água, logística, educação, pacto federativo, maioridade penal, aborto, dentre outros, ficam como pano de fundo porque os candidatos parecem não terem posição formada e nem conhecimento suficiente para tais discussões.

Como faltam argumentos para serem destacados, cabe ao marketing atacar os concorrentes e desconstruir a imagem dos adversários. Virou moda falar dos outros, justo no seu pouco tempo de rádio e TV. A sensação que temos é que os candidatos não sabem suas funções no exercício do mandato caso sejam eleitos.

Com isso a publicidade está se tornando desnecessária, pois o eleitor não quer mais assistir ou ouvir. Apenas tem servido aos interesses dos próprios políticos e suas equipes jurídicas, já que não basta desconstruir, tem que tirar o programa do adversário do ar. Motivos não faltam e, se possível, impugnar a candidatura.

Faltam propostas. O pouco que vemos são promessas. Algumas bem absurdas e outras nem tanto. Há candidato prometendo coisas que já foram solucionadas há tempos. Isto demonstra o despreparo, pois desconhecem a realidade do estado, ou do país. Sem falar nos que não dominam os limites do mandato e prometem coisas fora da jurisdição do poder reivindicado.

O triste mesmo são aqueles que até sabe, mas deixaram a publicidade os “emburrecer” e assim entram na vala comum da não informação ao eleitor. Pessoas bem intencionadas existem. Pessoas que estão informando isso ao eleitor não têm. Na média está muito ruim. Até porque os bons ficam iguais aos espertos de plantão.

Dá para ser diferente? Dá. E ainda tem tempo, mas precisa conteúdo.

*JOÃO EDISOM DE SOUZA é analista político, professor universitário em Mato Grosso e colaborador de HiperNotícias. 


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