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Epidemia se alastra mais que capacidade de resposta


18-08-2014 12:32 -

A epidemia do vírus ebola que atinge a África Ocidental está se alastrando e a situação se deteriora mais rapidamente do que a capacidade de resposta, advertiu ontem uma responsável da organização Médicos sem Fronteiras (MSF). Joanne Liu, diretora da MSF, falou após uma visita de dez dias à região.

"Estamos perante uma total falência das infraestruturas", disse Liu, considerando que, se a situação não for estabilizada na Libéria, nunca se estabilizará a região. "Trata-se apenas da ponta do iceberg", advertiu a responsável da organização não governamental de prestação de cuidados médicos a pessoas contaminadas.

AFETADOS

A MSF está presente nos três países mais afetados: Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa. A ONG tem na região 692 pessoas, incluindo 72 estrangeiros.

A doença, que se transmite por contacto direto com o sangue e fluídos corporais de pessoas ou animais infetados, causa graves hemorragias e pode atingir uma taxa de mortalidade de 90%. Esta é a primeira vez que se identifica uma epidemia de ebola na África Ocidental.

A epidemia de ebola já matou mais de mil pessoas, de um total de 1.849 casos de infecção, segundo balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os primeiros casos foram identificados em março, em áreas próximas a florestas do Sul da Guiné, com a morte de 59 pessoas. Especialistas não conseguiram identificar o vírus na origem do surto, cujos sintomas começaram a surgir seis semanas antes do resultados de exames, feitos na França.

MORTE

Uma enfermeira nigeriana, que acompanhou um norte-americano morto no fim de julho pelo ebola, morreu em razão da doença. Já foram registradas quatro mortes no país. Justina Obi Echelonu morreu na madrugada de anteontem, depois ficar em quarentena por ter tratado o norte-americano Patrick Sawyer. Ele viajou da Libéria para a Nigéria e foi o primeiro caso de morte pelo vírus em território nigeriano.

"O número total de pessoas sob observação em Lagos é agora 169", disse o ministro da Saúde nigeriano, Onyebuchi Chukwu. Esses 169 casos suspeitos estiveram em contato com pessoas que ficaram de quarentena depois de contactar diretamente com Sawyer, explicou Chukwu. Depois de Sawyer ter morrido, em 25 de julho na Nigéria, mais três pessoas, incluindo duas enfermeiras, morreram em razão do ebola, após terem estado em contato direto com a vítima.  


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