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Candidato ao governo do estado visita o Sisma/MT e apresenta seu programa de governo


11-07-2014 15:30 - Ascom Sisma/ Luana Soutos

O candidato ao governo de Mato Grosso pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Lúdio Cabral, solicitou uma audiência com os diretores do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente de Mato Grosso (Sisma/MT) e foi recebido nesta quinta-feira, 10 de julho. O objetivo do candidato, que é servidor de carreira e filiado à entidade, foi apresentar seu Programa de Governo.

A presidente do Sindicato, Alzita Ormond, afirmou que a entidade recebeu o candidato da mesma maneira que está aberta para receber todos os outros interessados em apresentar suas propostas e frisou que um dos principais problemas para a Saúde no estado, hoje, é o atual modelo de gestão, por meio de Organizações Sociais. “Eu imagino que não seja uma tarefa fácil romper com as OSS’s, para quem quer que seja o governador eleito nesse pleito. Mas essa é a nossa principal bandeira reivindicatória, é isso que nós queremos e é nisso que acreditamos”.

“Para os servidores que trabalham diretamente com o usuário, está claro que a imposição das Organizações Sociais se fez, desde 2004, a partir do abandono, do sucateamento da Saúde, situação em que as OSS’s apareceriam como a solução para os problemas que, na realidade, só se agravaram de forma brutal e impiedosa para os usuários de mato-grossenses”, comentou Ormond.

Apesar de ser declaradamente contra as Organizações Sociais na Saúde, Lúdio foi bastante questionado por dois motivos importantes: por ser o candidato da situação, numa chapa que tem parceria com o PMDB, partido do atual governador, representado na coligação do petista por Teté Bezerra. A deputada licenciada é declaradamente a favor das Organizações Sociais, o que foi pontuado pelos diretores como uma contradição. “Qual a garantia que nós temos de que você, se eleito for, terá realmente uma postura contrária às Organizações Sociais? Qual a garantia de que seu governo será diferente do atual?”, perguntou o membro do Conselho Fiscal do Sisma/MT, Luiz Antônio da Costa, de Cáceres.

“A garantia sou eu. A garantia é a trajetória que eu venho traçando. O governador vai ser o Lúdio, que é médico, servidor público, trabalhou no SUS a vida inteira e lutou contra as OSS’s. É uma garantia subjetiva, política, tem a ver com a minha identidade”, respondeu o candidato. E acrescentou que, numa possível gestão, quer romper com o modelo atual de gestão num prazo máximo de 6 meses.

A presidente do Sisma/MT citou outras questões que interessam a Saúde, como a realização urgente de concursos públicos, a retirada dos recursos destinados à Saúde da conta única e a resolução de questões na Assembleia Legislativa, como a apreciação e votação da Lei de Iniciativa Popular contra as Organizações Sociais, a repristinação do Artigo 50 da LC 502/13 para a LC 441/11 (Insalubridade), assim como sua a alteração.

Segundo Cabral, o ideal seria a realização de um concurso público na área de Saúde a cada dois anos, por ser uma área dinâmica. Questionado pela vice-presidente do Sisma/MT, Aparecida Rodrigues, sobre o porquê isso não estava escrito em seu programa, ele explicou que deve detalhar suas ações em um próximo material gráfico e que a proposta de concurso público a cada dois anos será incluída.

O Coordenador geral do Sisma/MT em Rondonópolis, Herculano Souza, informou ao candidato que outra necessidade urgente da Saúde é destravar os processos para aquisição de material. “Hoje o trâmite é muito lento, de modo que, se a gente precisa de uma agulha, o processo para ela chegar pode demorar de 3, 4 meses”. Sobre isso, o candidato defendeu a descentralização do governo, caso seja eleito.

Aparecida Rodrigues leu um trecho do programa apresentado e perguntou sobre como o candidato vai lidar com a questão dos comissionados. Segundo ele, o propósito de seu governo é valorizar os servidores da Saúde e, de acordo com esse ideal, espera que cerca de 90% dos servidores comissionados da SES, em sua gestão, sejam servidores de carreira.

Ormond lembrou ao candidato que, na Secretaria de Saúde, este percentual é para profissionais que não são de carreira, o que onera significativamente a folha de pagamento.

O diretor de Formação e Assuntos Sindicais do Sisma/MT, Ataíde Celestino da Silva, chamou atenção para a área de Saúde Mental. “O Adauto Botelho está fechando as portas, e o que estão fazendo é um crime. Eles mandam pacientes psiquiátricos para a UPA Morada do Ouro, mas eles não têm condições de atender por falta de profissional especializado na área. O CIAPS Adauto Botelho - unidade III tem, hoje, 50 leitos, apenas 10 ocupados. Por que isso? Porque a gente não tem um anti-inflamatório, um analgésico, um antialérgico, a gente não tem nada. A gente faz soro usando fita transparentes de fechar caixa de papelão ou se alguém comprar do próprio bolso. Os servidores estão implorando prá trabalhar”.

Já o diretor de Esporte e Lazer do Sindicato, Mauro Correa de Souza, questionou as propostas visando a saúde do trabalhador, que abrange as condições físicas das unidades de Saúde, já que os problemas estruturais podem causar estresse e inúmeros transtornos à saúde dos servidores.

“A questão é, como você faz quando encontra uma casa toda desarrumada? ”, resumiu a vice-presidente do Sisma.

A primeira secretária do Sisma/MT, Zuleide Klein, lembrou do trabalho do Sindicato, de várias intervenções políticas e garantiu que a atual diretoria apresenta os problemas, sim, mas também possíveis soluções. “Quando nós levamos um problema aos gestores, nós sabemos exatamente onde está a falha e apontamos a solução. Mas hoje nós temos a questão das OSS’s, que fazem e acontecem, além do loteamento político da Saúde, o que não acontecia, por exemplo, quando o Dr. Julio Muller era secretário estadual de Saúde. Ele tinha total autonomia da pasta”.

A fala da diretora foi ao encontro do que o candidato havia dito anteriormente, sobre a gestão direta da Saúde por servidores de carreira, que vivenciam e sabem das dificuldades diárias da área. Para ele, essas são as pessoas que estarão ao seu lado, se eleito.

Caminhando para o fim da reunião, o segundo vice-presidente do Sisma/MT, Ênio Santana da Silva, sugeriu a Cabral que, caso seja eleito, não perca sua essência. “Os partidos perderam sua essência ao longo da história. Quero saber se você vai manter sua presença social, se eleito. Não perca sua essência de estar perto das pessoas, da sociedade. ”

Também participaram da reunião os diretores do Sisma/MT Jaime Alves de Carvalho (Imprensa e Comunicação) e Nilza Arruda (Administração e Patrimônio), além de funcionários do Sindicato.
 


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