(65) 3661-5615 / (65) 3661-5491
Artigos

ARTIGO: Com que discurso eles vem?


09-07-2014 12:12 - JOÃO EDISOM

Esta semana foi liberada a campanha política. Coligações feitas, candidaturas homologadas, candidatos ligados, material em fase de confecção e ai vem as perguntas: o que eles vão falar para o povo? Com qual discurso irão pedir nosso voto? Planejaram para isso? Pensaram o país, o seu estado, ou será a mesma lenga-lenga: me de seu voto de confiança; preciso de seu voto; quero ser seu representante, vou fazer choque de gestão? Fora os candidatos aloprados, laranjas e exóticos. Democracia terá que ser tratada com mais seriedade.

Tudo o que precisamos é de alguém que saiba por que se candidatou, o que quer e o que vai fazer se obtiver êxito na campanha. Para isso é necessário um discurso que prove conhecimento de causa e proposição em cima de um planejamento real. Não precisamos de vendedores de sonhos, milagreiros e ilusionistas.

Dos que já tem mandato precisamos saber por que ainda não fizeram o que sempre prometem. Quem é candidato pela primeira vez que não venha com o discurso de que “precisamos renovar” sem dizer o que fará se ocupar uma cadeira. A primeira vez deste discurso inovador ocorreu com Fernando Collor de Mello há exatos 25 anos. Se já tem maioridade, devem ter juízo também.

E os candidatos ao executivo? Tanto os candidatos a presidente quanto ao governo do estado que não tentem dizer que tem que ser eleito porque o adversário é pior que ele; é necessário mostrar as qualidades. De fofoqueiro e língua grande o mundo já está cheio! Até porque, se fossemos levar a sério o que falam um do outro, ao invés de votarem neles deveríamos mandar para a cadeia. Depois não querem que chame político de ladrão, mas são eles que não se respeitam e falam mal um do outro.

Que os candidatos situacionistas não venham com o discurso que agora vão fazer. Já estão há 12 anos no poder e se ainda não fizeram, porque resolveram dizer que vão fazer justo agora? E isto vale tanto para o governo federal quanto para os defensores do governo estadual em Mato Grosso. Também não venha com a história que seus antecessores foram piores que eles hoje.

Que a oposição pare de inventar mentiras, falsos boatos e prometer milagres, pois queremos que o que está funcionando continue a funcionar. Há muita coisa péssima ainda e coisas básicas como educação, saúde, segurança. E não digam que vão melhorar se eleitos forem, pois o que queremos é que resolva de uma vez por todas tais problemas; mostre-nos projetos viáveis e explique de onde virão os recursos e qual o tempo necessário para tal. Se não conseguem é porque estão pensando apenas no poder e não nas soluções.

Que os candidatos laranja, aqueles pagos apenas para jogar pedra neste ou naquele adversário, tome vergonha na cara e não venham tomar nosso tempo com acusações agora na hora da campanha. Que junte as provas e vá aos órgãos competentes e a imprensa e denuncie e não tente trocar acusações por votos que nem os próprios irão usufruir, apenas para beneficiar terceiros. Que tais rábulas da democracia fiquem em suas casas e nos respeite e respeite a democracia.

Que os candidatos que estão procurando emprego voltem a escola. Façam faculdade. Procurem escolas profissionalizantes e trabalhem em serviços de carteira assinada. Que deixem de ser parasitas do poder e querer ganhar dinheiro público como se fosse prêmio de loteria à custa do contribuinte. Isso é vagabundice.

Que o eleitor seja respeitado e exija respeito. Que use critério na hora de votar, pois merecemos ouvir um discurso coerente e digno. Que o planejamento seja real e a proposta viável, sem xingamentos, afinal a democracia e o cidadão que trabalha de verdade merece mais respeito, merece que o candidato seja coerente e verdadeiro. E que os engraçadinhos, os ignorantes, os parasitas e os mentirosos não tomem nosso tempo.


*JOÃO EDISOM DE SOUZA é analista político, professor universitário em Mato Grosso e colaborador de HiperNotícias. 


Deixe Seu Comentário


Links rápidos